Folha de S. Paulo
Se vencer, terá autorização popular para ir
ainda mais fundo na destruição institucional
Quando Roberto
Jefferson atirou contra os policiais federais que foram prendê-lo,
tivemos um exemplo vivo de como é o discurso bolsonarista trazido à prática.
Usou de seu sagrado direito de possuir armas à vontade para resistir contra uma
autoridade que ele considera injusta e ditatorial.
Um jornalista que cobria a prisão de
Roberto Jefferson foi
agredido e teve que ir para o hospital. Não é a primeira vez e não
será a última: quando a imprensa é demonizada, a violência popular é sua
consequência natural. O próprio Bolsonaro não se furtou de insultar jornalistas
e até espalhar calúnias graves, como a de que uma jornalista teria se
prostituído para conseguir material contra ele.
Faltam cinco longos dias para a eleição. Quais surpresas sujas podem estar guardadas para esta reta final? Que operações de WhatsApp, que fake news espetaculares, que chamados à ação?
Caso Bolsonaro perca, será um perdedor
melhor ou pior do que Trump? Tentará algum tipo de sublevação popular contra o
resultado das urnas, caso ele lhe desfavoreça? Acredito na solidez de nossa
democracia e no fracasso de qualquer intentona desesperada. Mas o mero fato de
que as perguntas acima são cabíveis já salienta o quanto as instituições mais
elementares da democracia estão sob ataque do governo que deveria protegê-las.
O governo Bolsonaro é pródigo em conjurar
inimigos: no início do mandato era o Congresso. Hoje, o Congresso encontra-se
efetivamente comprado pelo orçamento secreto —a legalização do tipo de
transação que antes estamparia as manchetes dos jornais. Formalmente legal
apesar da baixa transparência, irriga a corrupção que se espalha por todo o
território nacional. Mais do que nunca, o Orçamento virou uma moeda de troca
com o baixo fisiologismo e garantiu a reeleição do centrão.
Com os órgãos de investigação e controle,
impera a lógica da submissão e do aparelhamento. Um PGR subserviente, policiais
federais e fiscais ambientais competentes afastados de suas posições, militares
agraciados com milhares de cabides comissionados.
O último obstáculo tem sido o Supremo,
que ele agora terá números no Senados para alterar a seu bel-prazer: além das
duas nomeações previstas para o próximo mandato, poderá emplacar o impeachment
de Alexandre de
Moraes e, se julgar necessário, o
aumento do número de cadeiras, sempre com aliados.
Enquanto a mera sobrevivência da democracia
se transforma no assunto principal da vida pública nacional, é fácil perder de
vista as diversas áreas de atuação do governo, que deveriam ser aquilo que
justifica sua existência: os serviços que ele presta à sociedade. Educação,
meio-ambiente, saúde, relações exteriores, tudo terra arrasada.
Na economia, as promessas utópicas de Paulo
Guedes deram lugar aos gastos bilionários para comprar votos. Henrique
Meirelles já estima um rombo da ordem de R$ 400 bilhões para 2023, como
resultado das "bondades" do período eleitoral. Qualquer ilusão de
"teto de gastos" já foi aniquilada pelo Ministério Guedes.
Se Bolsonaro vencer, terá recebido a
autorização popular para ir ainda mais fundo em sua agenda de destruição
institucional, e terá um Congresso ainda mais amigável que o atual. Sendo
assim, antes de votar no domingo, pergunte-se: o Brasil merece passar por mais
quatro anos disso?
9 comentários:
"Faltam cinco longos dias para a eleição. Quais surpresas sujas podem estar guardadas para esta reta final? Que operações de WhatsApp, que fake news espetaculares, que chamados à ação?"
Rá, não sabemos o q aprontará o pedófilo da República mas sabemos todos q será sujo.
Desonestidade é da natureza bolsonarista.
"Na economia, as promessas utópicas de Paulo Guedes deram lugar aos gastos bilionários para comprar votos."
O genocida quebra o Brasil pra se reeleger. Deixa herança maldita. Pra fechar as contas não tem escrúpulos de diminuir salário mínimo, aposentadorias e pensões.
O palerma da República é um DESASTRE total.
Vai começar a temporada do choro as pesquisas internas do PT já apoiam a virada do Bolsonaro , prepare para as narrativas o chororô e os lamentos
Brasileiro vai reeleger o presidente
Lula ladrão seu lugar é na prisão ,deixa o brasileiro em paz
Bolsonaro virou no sudeste pesquisa aponta 50% Bolsonaro 43% Lula a única região que o Ladrão ganha ainda é o nordeste
Bolsonaro já perdeu mais um voto. O miliciano bolsonarista Roberto Jefferson não vai poder votar no GENOCIDA...
Boa essa!
Veja a mentira. O gado sequer se refere às pesquisas do genocida. Como gado q é, não conhece nenhuma delas. Mas vem mugir aqui.
Porra meu, se vc tivesse acesso às pesquisas secretas, CÊ ESTARIA SEM TEMPO DE MENTIR AQUI!
Cê é muito burro, como todo gado.
Misericórdia!
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