quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Bernardo Mello Franco – Debate na delegacia

O Globo

Ao apostar no barraco, coach rebaixou a disputa pela prefeitura e arrastou rivais para a lama

A eleição para prefeito de São Paulo virou caso de polícia. Em pouco mais de uma semana, dois debates descambaram para a violência e acabaram na delegacia. Em ambos os casos, o tumulto foi iniciado por Pablo Marçal.

Sem espaço no horário eleitoral, o candidato do PRTB apostou no barraco para chamar a atenção. Deu certo. Desde o debate da Band, quando insultou adversários e gritou com a plateia, ele conseguiu se impor como o assunto da disputa.

Com milhões de seguidores nas redes sociais, Marçal levou para a arena política as armas que o projetaram na internet. Seus golpes abaixo da cintura geraram reações exaltadas, monopolizaram as conversas e arrastaram os outros candidatos para um conflito na lama.

O método do coach de ultradireita já deixou de ser novidade. Ele ignora as regras dos debates, distribui ofensas e enfileira acusações sem provas. Tudo para tirar os oponentes do sério e produzir vídeos curtos que viralizam nas redes.

No debate do Estadão, Guilherme Boulos caiu na provocação de Marçal e se deixou filmar dando um tapa numa carteira de trabalho. Na TV Cultura, foi a vez de José Luiz Datena, que perdeu a cabeça ao ser chamado de estuprador e acertou o rival com uma cadeirada.

A agressão parecia ser o ponto mais baixo da campanha em São Paulo. Não é mais. Na noite de segunda-feira, o debate do podcast Flow terminou em pancadaria. Marçal cavou a própria expulsão, e seu cinegrafista deu um soco no rosto do marqueteiro de Ricardo Nunes. A 11 dias do primeiro turno, seria muito otimismo cravar que a corrida já atingiu o fundo do poço.

A crônica das eleições paulistanas é rica em candidatos folclóricos e passagens pouco edificantes. Em 1985, Jânio Quadros sugeriu que Fernando Henrique Cardoso distribuiria maconha nas escolas. Em 2000, Paulo Maluf plantou insinuações sobre a vida pessoal de Marta Suplicy. Oito anos depois, a ex-prefeita apelou ao mesmo expediente para desgastar Gilberto Kassab.

Diante da delinquência de Marçal, esses episódios agora parecem travessuras infantis.

 

2 comentários:

Anônimo disse...

Nenhuma palavra sobre o candidato da extrema esquerda do PSOL Guilherme Boulos, que tem toda sua prática política praticando invasões de propriedade privada , arruaças e badernas , Inclusive com a invasão e depredação do prédio da Fiesp na avenida Paulista
Preso três vezes por baderna e incitação a Violência
Esse candidato é o querido de Lula e do jornalismo militante
Uma vergonha , por isso que fazem tanta onda em torno do Marçal, ele está ameaçando todo esse teatro da enganação da campanha política

Anônimo disse...

Dois pesos e duas medidas pro jornalismo militante a cadeira que o Datena deu no candidato Marçal Não só foi esquecido como culparam o próprio agredido pela violência sofrida