O HOMEM QUE RACHA O PODER
Eliane Cantanhêde
BRASÍLIA - As pessoas comuns parecem unânimes contra Daniel Dantas, mas os poderes, os poderosos e os que se julgam poderosos se mostram furiosamente divididos em função dele e de sua prisão.
No governo, José Dirceu era pró-Daniel Dantas, e o também ministro Luiz Gushiken, anti. E ambos eram do Conselho Político de Lula. Durma-se com um barulho desses. Desde então, a divisão pró e anti-Dantas avançou pelo PT, chegou aos Poderes -e alimenta e é alimentada por blogs ditos independentes.
Comenta-se que há jornalistas se matando, uns a favor, outros contra o megabanqueiro baiano-carioca e tucano-petista. Diante das prisões dele, de sua irmã e de toda a cúpula do Opportunity, ao lado do ex-prefeito Celso Pitta e do eterno megainvestidor Naji Nahas (diz-me com quem andas...), as divisões explodem.
A Polícia Federal e a Procuradoria decidem contra Daniel Dantas, e o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, a favor, vociferando contra a "espetacularização" da prisões. Dantas acabou dividindo a própria Justiça, que evoluiu num balé prende-e-solta. Num dia, manda prender. No seguinte, manda soltar. No terceiro dia, prende de novo. E o que foi mais espetacular: a prisão de Dantas ou a decisão de Mendes de soltá-lo?
Enquanto isso, no Senado, Heráclito Fortes e Tasso Jereissati abrem o vozeirão para recriminar a prisão, e Pedro Simon faz caras, bocas e principalmente gestos em apoio à ação da PF.
O próprio PT dividiu-se entre os com e os sem-jantares com Daniel Dantas. Uns não param de se justificar, os outros ficaram subitamente sem voz. Perdida como cego no tiroteio de ministros, delegados, juízes, blogueiros, tucanos e petistas, a senadora Ideli Salvatti teve um lampejo acaciano.
Sabe por que Daniel Dantas divide o poder, os poderosos e os que se julgam poderosos? Porque é "o maior corruptor da história". Simples assim.
Eliane Cantanhêde
BRASÍLIA - As pessoas comuns parecem unânimes contra Daniel Dantas, mas os poderes, os poderosos e os que se julgam poderosos se mostram furiosamente divididos em função dele e de sua prisão.
No governo, José Dirceu era pró-Daniel Dantas, e o também ministro Luiz Gushiken, anti. E ambos eram do Conselho Político de Lula. Durma-se com um barulho desses. Desde então, a divisão pró e anti-Dantas avançou pelo PT, chegou aos Poderes -e alimenta e é alimentada por blogs ditos independentes.
Comenta-se que há jornalistas se matando, uns a favor, outros contra o megabanqueiro baiano-carioca e tucano-petista. Diante das prisões dele, de sua irmã e de toda a cúpula do Opportunity, ao lado do ex-prefeito Celso Pitta e do eterno megainvestidor Naji Nahas (diz-me com quem andas...), as divisões explodem.
A Polícia Federal e a Procuradoria decidem contra Daniel Dantas, e o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, a favor, vociferando contra a "espetacularização" da prisões. Dantas acabou dividindo a própria Justiça, que evoluiu num balé prende-e-solta. Num dia, manda prender. No seguinte, manda soltar. No terceiro dia, prende de novo. E o que foi mais espetacular: a prisão de Dantas ou a decisão de Mendes de soltá-lo?
Enquanto isso, no Senado, Heráclito Fortes e Tasso Jereissati abrem o vozeirão para recriminar a prisão, e Pedro Simon faz caras, bocas e principalmente gestos em apoio à ação da PF.
O próprio PT dividiu-se entre os com e os sem-jantares com Daniel Dantas. Uns não param de se justificar, os outros ficaram subitamente sem voz. Perdida como cego no tiroteio de ministros, delegados, juízes, blogueiros, tucanos e petistas, a senadora Ideli Salvatti teve um lampejo acaciano.
Sabe por que Daniel Dantas divide o poder, os poderosos e os que se julgam poderosos? Porque é "o maior corruptor da história". Simples assim.
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