Na Democracia não há justificativa para um enfrentamento sem diálogo. O Governo do Estado do Rio de Janeiro deixa sua população perplexa pelo caminho adotado diante das reivindicações dos servidores públicos do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
A repercussão em toda a imprensa e nas redes sociais desautoriza o poder instituído denominar de baderna ou mesmo indisciplina o movimento dos bombeiros por melhores condições salariais e de trabalho. Os servidores estaduais ganham muito mal e deveria fazer parte do Projeto de Governo do Estado, um plano de melhorias salariais e de capacitação a todos os seus servidores. Nem mesmo preocupações com a sustentação do superávit primário nas contas do Governo pode ser impeditivo de uma alternativa negociada, civilizatória.
O movimento dos Bombeiros do estado é justo e não podem receber os piores salários da Federação num estado com a capacidade de arrecadação do Rio de Janeiro. Enquanto Brasília paga mais de quatro mil Reais, São Paulo dois mil e setecentos Reais, Minas dois mil Reais e até o Maranhão paga mais de dois mil Reais.
No caso dramático dos bombeiros ainda se destaca o inusitado da militarização dos serviços da chamada Defesa Civil. Uma medida que se faz urgente é a desmilitarização do Corpo de Bombeiros, um caminho eficaz para garantir a qualidade do atendimento à população e um benefício aos servidores.
A falta de diálogo tem sido a grande causadora de algumas radicalizações perigosas de ambas as partes. Claro que a invasão do seu próprio quartel central pelos bombeiros foi um ato descabido e próximo do desespero de quem não é ouvido pelo poder público. E muito pior a prisão de mais de quatro centenas de servidores, com declarações de que elas são inegociáveis, é completamente lamentável e rancorosa por parte do Governo estadual.
O PPS do Estado do Rio de Janeiro convoca a tradição democrática e de lutas pelas liberdades na biografia do Governador Sérgio Cabral e propõe a rápida incorporação do diálogo com os servidores, revendo todas as decisões de impedimento usadas até agora pelo seu governo.
Rio de Janeiro, 07 de junho de 2011.
Deputado Comte Bittencourt.
Presidente
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