Legenda quer ocupar vácuo deixado pelo PSB na base da presidente. Mas antes Kassab quer ouvir os Estados
BRASÍLIA - A entrada efetiva do PSD no governo Dilma Rousseff poderá não ocorrer logo em fevereiro, mês previsto para a minirreforma ministerial que o Palácio do Planalto pretende realizar para readequar o espaço de seus aliados. Isso porque o presidente do partido e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deseja dar uma roupagem de "democracia interna" ao embarque do PSD na base.Para isso, Kassab inicia agora um périplo pelas capitais onde tentará unificar a posição a partir de consultas formais às lideranças regionais. Boa parte das resistências localizadas já foram superadas, com a promessa de que, apesar da futura aliança com o PT no plano federal, nas esferas estaduais haverá liberdade para composição com outros partidos, inclusive da oposição.
O presidente do PSD vem defendendo aos correligionários que a legenda deve aproveitar o momento para preencher o vácuo deixado pelo PSB na base desde que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tornou-se um risco para o PT. Para evitar uma nova cizânia no PSD, como a que houve quando Kassab decidiu intervir na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte em outubro do ano passado, em favor do candidato de Dilma, a decisão de migrar de vez para a base deverá passar pela chancela de todas as lideranças locais.
Segundo interlocutores do partido, em conversa que a presidente teve com Gilberto Kassab, no ano passado, Dilma teria colocado como opções para o PSD o controle de um ou dois dos três ministérios: Transportes, Micro e Pequena Empresa ou Secretaria de Aviação Civil. A decisão, no entanto, deve sair apenas de meados para o final do primeiro semestre deste ano, por conta do tempo que devem levar as consultas formais que Kassab irá iniciar.
Apesar do interesse do ex-prefeito em ocupar imediatamente o espaço oferecido pela presidente, a cúpula do partido vinha enfrentando dificuldades para unificar a bancada em torno do projeto, já que aceitar um ministério significa assinar o contrato de membro da base aliada ao governo Dilma. Lideranças do PSD no Rio de Janeiro, no Acre, no Paraná, em Minas Gerais e em Goiás argumentavam que, com a aliança em Brasília, coligações regionais poderiam sair prejudicadas. Kassab espera que prevaleça seu argumento pragmático.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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