O PT promove hoje um "rendez-vous" para celebrar os 33 anos de sua fundação e os dez anos no comando da República. Será o primeiro ato da campanha de reeleição de Dilma Rousseff.
Ao lado de seu antecessor, Lula, a presidente fará um discurso descrito como "forte" pelos que participaram de sua formulação. O evento será em um hotel em São Paulo, com todo o esmero técnico e imagético que o PT aprendeu com Duda Mendonça e aperfeiçoou com João Santana, os marqueteiros da corte.
Além do discurso forte, Dilma e Lula (mais Lula do que Dilma) vão se ocupar, a partir de agora, da reedição da maior aliança que um candidato vitorioso ao Planalto teve no Brasil moderno.
Em 2010, Dilma ganhou ancorada em uma coalizão de dez partidos. Nunca depois da ditadura militar houve uma aliança formal tão robusta em torno de um candidato a presidente vencedor.
Como o tempo apaga um pouco a memória, eis a lista dos dez partidos oficialmente pró-Dilma na eleição de 2010, em ordem alfabética: PC do B, PDT, PMDB, PR, PRB, PSB, PSC, PT, PTC e PTN.
Pelo menos três dessas siglas ameaçam pular fora do barco: PDT, PR e PSB. Os dois primeiros se acomodam com um pouco de fisiologia. Já o PSB dependerá do apetite do seu único líder, Eduardo Campos, cuja pretensão atual é sair em voo solo numa campanha para presidente.
Como compensação para eventuais defecções, Dilma tem à porta o novo partido criado por Gilberto Kassab, o PSD. Essa agremiação já é a quarta maior do país em tempo de TV e rádio, o predicado que faz a diferença numa eleição no Brasil.
Com o aumento do Bolsa Família ontem, uma penca de partidos ao seu lado e o tal discurso forte hoje, só faltará a Dilma que a economia cresça acima de 2% para pavimentar de uma vez sua reeleição. Por enquanto, o roteiro parece exequível.
Fonte: Folha de S. Paulo
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