Em SP, pré-candidato tucano ao Planalto afirma que ex-governador não deixará o partido --'ele é a cara do PSDB'
Senador mineiro reúne hoje 27 dirigentes da sigla para discutir alianças regionais e pavimentar candidatura
Daniela Lima
SÃO PAULO - Pré-candidato dos tucanos à Presidência da República, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem não acreditar que o ex-governador José Serra deixe o partido porque ele é "a cara do PSDB" e "principalmente, [porque] temos os mesmos adversários".
"Nenhum de nós, tucanos, no fundo, acredita que estaremos em palanques diferentes", afirmou Aécio.
Serra voltou a se movimentar enfaticamente após os protestos de junho e deu sinais de que busca opções para concorrer novamente à Presidência da República.
Asfixiado no PSDB, onde Aécio hoje tem posição quase hegemônica, o ex-governador busca opções para viabilizar sua candidatura.
Entre as alternativas apresentadas por aliados do ex-governador estão desde a saída do PSDB --ele tem um convite para migrar para o PPS-- até a improvável disputa de uma prévia com Aécio entre os tucanos. A saída da sigla lidera a bolsa de apostas.
Desde que Serra emergiu, Aécio passou a trabalhar mais enfaticamente por uma aproximação com lideranças de São Paulo, onde o ex-governador tem mais influência e poderia dividir o palanque do governador Geraldo Alckmin com Aécio, caso decida realmente sair do PSDB para ser candidato a presidente.
"O que eu tenho dito é que José Serra é a cara do PSDB. A sua vida foi construída ao lado do PSDB. (...) Nós pensamos de forma muito próxima, acreditamos nas mesmas coisas. E principalmente, temos os mesmos adversários. Vai prevalecer o interesse do país", disse o senador.
Aécio falou sobre o assunto após participar da abertura de um festival de gastronomia mineira no Palácio dos Bandeirantes, ao lado de Alckmin. Antes da aparição pública, os dois tiveram uma conversa reservada.
A conversa com Alckmin aconteceu às vésperas da reunião que Aécio faz hoje com os 27 dirigentes estaduais do PSDB para debater a formação de palanques e alianças dos tucanos em todo o país.
A pauta prevê que cada um dos presidentes da sigla apresente um raio-X da situação eleitoral em seu Estado.
Com a reunião, ao mesmo tempo em que se informa do processo nos diversos Estados, o --senador mineiro envolve os dirigentes do PSDB em seu projeto nacional e passa uma imagem de unidade em torno de seu nome.
Fonte: Folha de S. Paulo
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