- Folha de S. Paulo
Na hora dos balanços sobre a Copa, é necessário reconhecer: todo mundo (quase literalmente) achava que o Brasil levaria a taça nos gramados e daria um vexame fora deles, com manifestações, quebra-quebra, violência policial, aeroportos insuportáveis, estádios cheios de tapumes e uma onda de assaltos a nacionais e a estrangeiros. Ocorreu justamente o oposto.
Se a expectativa era muito favorável à seleção e bem pessimista quanto à capacidade do país em recebê-lo, no fim o time do Felipão é que se revelou um fiasco histórico, enquanto a Copa se afirmava como um sucesso para brasileiros e para torcedores das mais diferentes nacionalidades.
Como sempre se critica aqui o uso despudorado dos instrumentos e da visibilidade da Presidência da República para fazer campanha aberta, agora faça-se justiça: depois de meses engolindo críticas e dúvidas, Dilma, como presidente, acertou ao reunir uma penca de ministros para prestar contas, fazer um balanço, apontar o dedo na cara dos "pessimistas" e capitalizar o sucesso do maior evento desportivo do planeta.
Vá lá que obras de mobilidade urbana ficaram para "depois" e que houve atrasos e improvisos, com tudo entregue em cima da hora, incompleto e com problemas, mas, no geral, os aeroportos e estádios funcionaram a contento e o esquema de segurança foi integrado e aparentemente impecável.
E a "hospitalidade" do brasileiro, o clima do Brasil e o ambiente da festa fizeram o resto e definiram o êxito, como confirma o Datafolha.
Podemos até estar perdendo o carimbo de "país do futebol", mas, ainda assim, um mês de Copa do Mundo fez mais pela diplomacia e pela imagem do Brasil no mundo do que os quatro anos de política externa do governo Dilma Rousseff.
Conclui-se, pois, de uma vez por todas, que --apesar da corrupção, da violência, da malemolência e do espírito "macunaímico"--, o melhor do Brasil é mesmo... o povo brasileiro.
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