Agência O Globo,
BRASÍLIA - O governador de Goiás, Marconi Perillo, criticou o tom beligerante de seu adversário na disputa pela presidência do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Em discurso feito na terça-feira, durante encontro com prefeitas goianas realizado na cidade de Goiás (GO), antiga sede do governo estadual, Perillo não citou o nome de Tasso, mas afirmou que se candidatou com o objetivo de unir o partido e disse que o Brasil precisa de "menos brigas e mais ações concretas".
"Eu estou tentando auxiliar o PSDB a fazer política. E não é só brigando, é convergindo, é juntando, é unindo. Eu me candidatei agora a presidente do PSDB com esse objetivo. O Brasil precisa de menos brigas e mais ações concretas. O Brasil precisa trazer de volta o espírito patriotismo. O patriotismo você não conquista só brigando", discursou Perillo.
Tasso lidera uma ala do partido, os jovens deputados conhecidos como "cabeças pretas", que prega a renovação do PSDB e até mesmo o expurgo de lideranças tucanas que discordam desse movimento pela renovação. Na polêmica propaganda partidária feita na gestão do senador, exibida em agosto, o governo Temer foi chamado de "presidencialismo de cooptação", com destaque para as críticas contra o fisiologismo.
Em conversas com seus apoiadores, Perillo tem dito que essa guerra interna pode prejudicar a campanha do governador Geraldo Alckmin à Presidência da República, em 2018. Há o temor de que o discurso de Tasso - que, na guerra com Aécio e outros governistas, adotou como bordão "o PSDB desses caras não é o meu PSDB", acabe afetando o apoio de Alckmin em Estados-chave para a eleição presidencial, como Minas Gerais, Goiás e outros Estados que apoiam Marconi.
No discurso de terça-feira, o governador também alertou para a necessidade de o grupo que perder a disputa na convenção de dezembro, apoiar o vencedor: "Discutir, debater ideias e ter ideias diferentes é uma coisa. A outra é você achar que a política virou palco de guerra. Quem ganhar a eleição tem que ter o apoio do outro."
O deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), um dos principais apoiadores de Tasso, diz que o programa de compliance que deve ser adotado no novo Código de Ética do partido, a ser aprovado na convenção nacional, vai promover naturalmente o expurgo dos tucanos que não se enquadrarem nas novas regras anti corrupção e anti fisiologismo: "Quem não se enquadrar nas novas regras de compliance, vai sair naturalmente."
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