O Estado de S. Paulo
Mortes de Bruno, Dom, Rouanet e d. Cláudio jogam luzes no que há de melhor e pior no Brasil
Em tão curto espaço de tempo, o Brasil chora
as mortes de Bruno Araújo Pereira, Dom Phillips e agora as de Sérgio Rouanet e
d. Cláudio Hummes. Personagens marcantes, cheios de simbologia, que jogam luzes
sobre as graves mazelas que horrorizam os brasileiros e corroem a imagem do
País no mundo.
Baleados, queimados, esquartejados e
enterrados numa beira de rio, Bruno e Dom trabalhavam pelas boas causas, os
direitos das comunidades isoladas, a justiça e a humanidade. Uma morte
horrível, de pessoas do bem. Por quê? Para quê? E, afinal, quem são os mandantes?
No Estadão de domingo, Leonencio Nossa
mostrou como Pelado, o primeiro a confessar, foi décadas atrás o “menino” das
excursões dos ícones indigenistas Sydney Possuelo e seu filho Orlando, para
identificar as ameaças às comunidades isoladas. Como o menino virou monstro? É
o abandono, falta de esperança, aliciamento... E os monstros estão empoderados.
E morre Sérgio Rouanet, diplomata, humanista, antropólogo, filósofo, escritor, homem da cultura, dos direitos humanos, que deixou como legado a Lei Rouanet, de incentivo às artes, cinema, teatro, dança e música que nos enchem de orgulho e refletem a riqueza da miscigenação brasileira. Uma lei vista hoje como coisa de comunista e de vagabundos para assaltar o dinheiro público (como certos pastores no MEC?).
Quem vê a Cultura como estorvo nomeia para
a Secretaria de Cultura um cidadão capaz de fazer evento público com símbolos,
textos e música de inspiração nazista. E outro que, em vez de música e poesia,
faz apologia de armas. Ah, Sérgio Rouanet! Onde fomos parar?
Paramos num país que persegue Paulo Freire,
Nise da Silveira, Ricardo Galvão, Chico Buarque, Fernanda Montenegro e esfrega
na cara da sociedade a Ordem do Mérito do Livro, da Biblioteca Nacional,
para... Daniel Silveira. Um escárnio. O que estará sentindo Rouanet, em algum
lugar, ao lado de Carlos Drummond de Andrade?
Agora, lá se vai d. Cláudio Hummes, o
cardeal que dedicou a vida à sua religião, não para arrancar dízimos de pobres,
mas a favor dos trabalhadores, do ambiente, dos indígenas, dos direitos
humanos. Quando o argentino Jorge Mario Bergoglio foi anunciado novo papa, d.
Cláudio sussurrou-lhe: “Não te esqueças dos pobres!”. E assim Bergoglio virou o
papa Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis.
Que nos piores momentos nos lembremos de
que o Brasil é de d. Cláudio, Rouanet, Bruno e também de Dom, brasileiro por
amor, não de quem defende golpes, armas, até o nazismo. Estes precisam voltar
às profundezas de onde nunca deveriam ter saído: as das minorias radicais.
5 comentários:
Bolsonaro e seus ratos (Abraham Weintraub, Ricardo Salles, Milton Ribeiro, Ernesto Araújo, Paulo Guedes, Pazuello, Pedro Guimarães e outros) saíram do esgoto, para onde vão voltar os que não forem presos no próximo ano!
A vida mostra, está escancarado, que quem faz maldade dessa proporção terá a vida destroçada na mesma proporção, esses assassinos logo morrerão também e vida realmente nunca tiveram. Como pode a maldade prevalecer se até sem fazermos mal a alguém recebemos constantemente uma carga grande do mal? O mal está em toda parte até mesmo onde vigora a maldade, o mal atrai o mal e esses assassinos jamais terão paz. Já os considero mortos, pois logo vão ter que pagar a conta do mal que praticam. É esperar para ver.
Quando se trata de ladroes da Pátria esses também pagam. É só observar. Não exista conta do mal que prescreva, aqui se faz aqui se paga. Nem que seja através de entes queridos.
Paulo Guedes é o pior
Estamos de mal a pior,espero que no próximo ano melhore um pouco,paraíso terrestre não está no radar.
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