O Globo
Ministro mostra desconhecimento e ofende
Argentina ao criticar julgamento de torturadores
Depois de chamar o golpe de 1964 de “movimento”, Dias Toffoli
resolveu criticar a Argentina por julgar e punir os carrascos da ditadura
militar. Na segunda-feira, o ministro do Supremo disse que o país vizinho
“ficou preso no passado, na vingança, no ódio e olhando para trás, no
retrovisor, sem conseguir se superar”.
“Nós não podemos nos deixar levar pelo que
aconteceu na Argentina”, pontificou, em palestra a empresários brasileiros em
Nova York. “Não vamos cair nessa situação em que infelizmente alguns vizinhos
nossos caíram”, prosseguiu.
Para além da ofensa aos argentinos, que já condenaram 1.088 responsáveis por crimes contra a humanidade, as declarações revelam desconhecimento sobre a História e o papel da justiça de transição.
“O
passado não precisa ser superado. Precisa ser conhecido para que não se
repita”, ensina a procuradora Eugênia Gonzaga, ex-presidente da Comissão
Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Ela foi afastada no início do governo Jair Bolsonaro, quando
Toffoli comandava o Supremo e se empenhava em agradar o capitão.
Indicado por Lula, o ministro começou a se
aproximar do bolsonarismo na campanha de 2018. Antes de assumir a chefia da
Corte, foi ao Quartel-General do Exército pedir a bênção do general Villas
Bôas. Segundo a revista piauí, Toffoli prometeu que a Corte manteria o petista
preso até a eleição. Ao questioná-lo sobre o episódio, as repórteres ouviram
uma resposta lacônica: “Nunca tratei de pauta com ele, nem ele comigo”.
Na mesma época, o ministro surpreendeu os
colegas ao nomear dois generais como assessores: Fernando de Azevedo e Silva,
que viraria ministro de Bolsonaro, e Ajax Pinheiro, que havia pedido votos para
o capitão. A atitude foi interpretada como mais um gesto de subserviência aos
militares.
Toffoli tinha um motivo adicional para não
dizer o que disse. Ele é relator da ação que questiona a validade da Lei da
Anistia para agentes que mataram e torturaram na ditadura. “A fala foi
inadequada e extemporânea”, resume o historiador Rogério Sottilli, diretor do
Instituto Vladimir Herzog.
Ao emitir o palpite infeliz, o ministro citou o thriller “O segredo dos seus olhos”, estrelado por Ricardo Darín. Na volta de Nova York, ele deveria assistir ao recém-lançado “Argentina, 1985”, com o mesmo ator. O filme conta a história de procuradores e juízes que não se acovardaram diante de criminosos que usavam farda.
7 comentários:
Infelizmente foi o que aconteceu, :até 20 anos atrás Argentina era paparicada pelos americanos e demais países. Nem lembravam que existia um país chamado Brasil. De repente ela caiu no ostracismo e deixou de ser a pérola sul americana. Hoje é lembrada somente pela decadência econômica e moral das Cristinas da vida. Pode me dizer o por quê? Estou a fim de que me esclareça isso. Obrigado.
A Argentina foi decaindo durante toda a longa e sangrenta ditadura militar, os militares quiseram dar uma virada nacionalista tentando unir o país através da invasão às ilhas Malvinas e do conflito com a Inglaterra, mas foram totalmente incompetentes e humilhados, afundando ainda mais o país, que nunca mais conseguiu se recuperar, apesar dos diversos tipos de governo que passaram por lá. Nenhum conseguiu recuperar os valores e a economia que já foram de país desenvolvido e que faziam o país ser comparado com países europeus.
Malvinas não e difícil avaliar refiro-me a decadência moral e econômica. Argentina já foi o pouso feliz dos nazistas e de acordo com o atual presidente são os únicos povos arianos na América Latina, comparando-nos a lixo.
Malvinas 1982 - Decadência após 2005 um lapso de 23 anos. Realmente????
Não sei diferenciar quem são os anônimos,fica parecendo um só,rs.
Prezado Jesus no leme ,são apenas 2 anônimos. O segundo respondeu a pergunta do primeiro anônimo mas o primeiro anônimo continuou indeciso a respeito da resposta do segundo anônimo e continuou a palpitar - eu dou o primeiro deu para entender?? Dorme com essa.
A dinâmica da vida muda constantemente assim como as opiniões. O que é uma incógnita hoje pode tornar-se outra realidade amanhã, entendeu? Nem eu.
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