Políticos e donos de estandes de tiro estão entre financiadores
Rayssa Motta, Fausto Macedo / O Estado de S. Paulo.
Políticos, policiais e ex-policiais, servidores públicos, sindicalistas, empresários do agronegócio e donos de estandes de tiro lideram e financiam atos com mensagens antidemocráticas e em apoio a Jair Bolsonaro (PL) pelo País. É o que mostram relatórios enviados pelas polícias Civil, Militar e Federal e pelo Ministério Público nos Estados ao Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do ministro Alexandre de Moraes. Os documentos identificam líderes dos atos, donos de veículos usados para bloquear vias e responsáveis pela infraestrutura das manifestações, como carros de som e banheiros químicos. Eles não são acusados de crimes, mas poderão ser investigados criminalmente. As concentrações na frente de comandos militares foram engrossadas ontem, durante o feriado da Proclamação da República. Em São Paulo, manifestantes se ajoelharam e rezaram.
Relatórios enviados pelas polícias Militar,
Civil e Federal e pelo Ministério Público nos Estados ao Supremo Tribunal
Federal (STF) indicam o perfil dos líderes e financiadores dos protestos com
mensagens antidemocráticas que resultaram em bloqueios de estradas após as
eleições e concentrações próximas a instalações das Forças Armadas pelo País.
Os documentos foram produzidos por ordem do ministro Alexandre de Moraes e reúnem fotos, levantamentos sobre os alvos e detalhes a respeito do trabalho em curso para desmobilizar as manifestações. As primeiras informações foram divulgadas pelo site SBT News. A reportagem do Estadão teve acesso aos documentos encaminhados pelos órgãos de segurança ao STF.
Os relatórios citam políticos, policiais e
ex-policiais, servidores públicos, sindicalistas, fazendeiros, empresários do
agronegócio e donos de estandes de tiro. Eles não são acusados de crimes, mas
poderão ser investigados criminalmente.
Os relatórios com base em dados colhidos
nos pontos de manifestação citam o protagonismo dos líderes, identificam os
donos de veículos usados para bloquear vias e os responsáveis por alugar
banheiros químicos e carros de som. Os investigadores também buscaram dados
nasredes sociais, em que algumas pessoas se identificaram como lideranças ao
divulgar os protestos.
Desde o resultado do segundo turno das
eleições, manifestações convocadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro
(PL) questionam o resultado das urnas. Concentrações mantidas nas sedes de
comandos militares foram engrossadas ontem, no feriado de Proclamação da
República. Os manifestantes defendem ações contra o STF e fazem pedidos de
intervenção federal.
‘EXTREMISTAS’. Na noite de anteontem, após
ser alvo de manifestantes em Nova York, Moraes publicou no Twitter que “o povo
se manifestou livremente e a democracia venceu!”. “O Brasil merece paz,
serenidade, desenvolvimento e igualdade social. E os extremistas
antidemocráticos merecem e terão a aplicação da lei penal.”
Relatório de inteligência da PM do Acre
aponta, por exemplo, que dois fazendeiros locais estariam entre os
financiadores dos atos em defesa de intervenção das Forças Armadas contra o
resultado da eleição.
Em Goiás, empresários donos de uma
panificadora, um ex-vereador de São Miguel do Araguaia, um corretor e candidato
derrotado a prefeito da cidade em 2020 são citados pela Polícia Civil como
líderes de bloqueios na zona rural.
No Maranhão, dois candidatos a deputado
estadual – um investigador de polícia lotado na Secretaria de Segurança Pública
do Estado e um líder do movimento Patriotas do Asfalto SLZ – foram apontados
como responsáveis pelas manifestações em frente ao quartel do 24.º Batalhão de
Infantaria de Selva (BIS), em São Luís.
Um dos líderes do Movimento Direita BH e um
comerciante foram os principais articuladores dos atos em Minais, diz o
relatório. Empresários são citados como líderes e organizadores, fornecendo
alimento e água para os manifestantes no Paraná.
No Rio Grande do Sul, o documento da
Polícia Civil do Estado cita um PM aposentado, um representante do movimento
Direita RS, um deputado federal eleito e uma agente penitenciária como
organizadores e incentivadores de protestos no Estado. A Polícia Civil também
monitorou as redes sociais de agentes públicos que, segundo o documento, tiveram
“intensa atividade”.
Em Santa Catarina, um empresário, dono de
uma produtora
Informações Relatórios têm como base dados
colhidos nos pontos de manifestação e também nas redes sociais
de erva-mate, é apontado como um dos
financiadores dos protestos locais, segundo o documento enviado ao STF.
MOBILIZAÇÃO. Ontem, o feriado de Proclamação da República fez com que
aumentasse o número de apoiadores de Bolsonaro que protestam contra a vitória
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre o prédio da Assembleia Legislativa de
São Paulo e o Comando Militar do Sudeste, na capital paulista.
Às 15h, o grupo aderiu ao ato conjunto
organizado em diferentes cidades do País e fez uma oração conjunta. Centenas de
pessoas se ajoelharam em frente ao portão do comando e proferiram preces
cristãs.
Em Brasília, manifestantes se reuniram em
frente ao Quartel-general do Exército. Com carro de som, faixas e cartazes,
eles clamaram por intervenção das Forças Armadas no poder, o que é
inconstitucional, e declararam plano de “impedir a posse” de Lula. Jornalistas
do grupo Jovem Pan foram hostilizados e deixaram o local.
Ao menos 30 caminhões sem caçambas foram usados para fechar em alguns momentos todas as 16 faixas da Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio. O protesto ocorreu em frente ao Comando Militar do Leste.
2 comentários:
Bolsonaristas violentos e perigosos! Estes milicianos parecem pacíficos, mas muitos estão armados e podem reagir violentamente, como os jornalistas da Jovem Pan, empresa sabidamente apoiadora de Bolsonaro, sentiram na pele. E são muito covardes, pois usam crianças e mulheres como linha de frente, sem que os verdadeiros milicianos se exponham mais explicitamente. Canalhas golpistas! Estes são os "democratas de Bolsonaro"... Refletem perfeitamente a visão de democracia que o GENOCIDA sempre teve!
Xandão na causa e Jesus no leme,rs.
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