O Estado de S. Paulo
Lula só escolheu homens para os primeiros postos confirmados do seu novo governo
Só homens, panela! Essa é a impressão que
fica da foto do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no anúncio dos
cinco primeiros ministros para alguns dos postos mais cobiçados da Esplanada.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT e
ex-ministra da Casa Civil, está na foto, mas ela não participará da equipe do
governo.
Na hora de tirar a fotografia final, Lula
puxa Gleisi para o seu lado, pega no seu braço, mas o movimento não esconde o
constrangimento com a ausência de mulheres e negros nos quadros mais
relevantes. Só homens.
O próprio presidente já chega falando no assunto (percebe de antemão que a foto não estava legal) e se antecipa dizendo que nas próximas indicações haverá diversidade com mulheres, negros e indígenas.
Não responde, no entanto, à pergunta
contundente do repórter do Estadão Weslley Galzo, que quis saber se a divisão
dos cargos mais relevantes seria feita com diversidade.
Uma preocupação, já que nas especulações da
bolsa de apostas dos ministeriáveis poucas mulheres aparecem para ocupar esses
postos.
A percepção de quem se preocupa com o
problema é a de que Lula começou a definir sua equipe sem, de fato, atentar
para a necessidade de buscar equilíbrio nesse campo. Aliás, tema de campanha do
qual ele se aproveitou para se diferenciar do seu adversário, Jair Bolsonaro.
O mais provável é que o quadro feminino no
governo Lula 3 se concentre apenas em pastas como das Mulheres, Igualdade
Racial, Direitos Humanos, Cultura – fora do chamado núcleo duro mais próximo do
presidente.
Para as mulheres, resta o “cercadinho”
tradicionalmente reservado a elas, que é o lugar em que as mulheres são mais
aceitas na esfera da administração pública.
Visão de retrovisor. Um atraso
civilizatório e um sinal, a essa altura do campeonato, de que atender a essa
demanda, prometida na campanha eleitoral, não norteou as negociações.
Lula achou que bastaria chegar ali no
auditório e dizer que vai atender à cobrança depois, e estaria tudo resolvido.
Agora, na reta final, com a repercussão negativa, estão à caça das mulheres,
além de Marina Silva e Simone Tebet. Parece que acordaram.
Na área econômica, ainda restam postos
importantes: os ministérios do Planejamento, do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio e as presidências dos grandes bancos públicos.
O Brasil tem nomes de mulheres competentes para ocupar esses lugares e com visão integrada de Estado. Não adianta depois ficar preenchendo as vagas do segundo escalão com mulheres para cumprir tabela. A bronca vai continuar e veio para ficar. Não é “mimimi” das mulheres.
3 comentários:
Pode não ser mimimi das mulheres...
É 'ejaculatio praecox' feminino.
Ansiedade e pressa demais da autora!
Leia:
"Cristina Serra - Lula bota seu time em campo" - Folha de S. Paulo.
Preocupação com a volta à normalidade institucional está expressa nas escolhas".
Adriana Fernandes deveria ler e aprender, com a Mestra que sabe das coisas, a escrever bem, direito e sem malícias ou mágoas!
Marcos Antônio Villa também estava reclamando da falta de diversidade.
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