Folha de S. Paulo
Desde o início de seu governo, Jair
Bolsonaro fez a opção de se dirigir apenas aos seus apoiadores. O final de sua
passagem pelo Planalto não foi diferente.
Após dois meses de recolhimento, sua última
live no poder foi
dedicada a todas as pessoas que permanecem acampadas nos arredores de quartéis
à espera de um golpe militar.
Durante a transmissão ficou claro que tal
caminho não será trilhado: "não tem tudo ou nada". Para minimizar o
clima de velório face à iminência do despejo, a frase "o Brasil não vai
acabar no dia 1° de janeiro" foi repetida várias vezes pelo mandatário.
Tais esforços não são em vão. Afinal, o que importa ao bolsonarismo é manter sua base constantemente mobilizada. Sobretudo nos tempos difíceis que se avizinham, a julgar pelos recentes ataques terroristas e pelo que vem se passando acima da linha do Equador.
No último dia 23, a Comissão de Inquérito
da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, responsável por investigar a
invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021, chegou a uma decisão final.
Donald Trump foi acusado de conspiração. Por essa razão, a Comissão recomendou
que o ex-presidente seja indiciado pelo Departamento de Justiça
e impedido de se candidatar e ocupar cargos públicos.
Segundo o relatório produzido, Trump
pretendia obstruir a vontade do povo e derrubar a democracia americana. Para
tanto, teria contado com o apoio de seus advogados, o secretário-geral da Casa
Branca e parlamentares, que, por meio de redes sociais, estimulavam uma
insurreição para impedir que Joe Biden fosse diplomado como presidente dos
Estados Unidos.
Qualquer semelhança com o Brasil não é
coincidência. Para o futuro ministro da defesa, José Múcio Monteiro, Bolsonaro
"colocou a digital" nos atos golpistas ao se dirigir a apoiadores em
frente ao Palácio da Alvorada no dia 9 de dezembro. De acordo com Múcio, antes
"a gente não podia dizer ‘está por trás’. Hoje, o presidente falou."
2 comentários:
A última "live" dum morto-vivo! O sem-vergonha mentiu em TODAS as lives anteriores... Nesta, não foi diferente! O canalha é uma mentira ambulante!
Com a fuga de Bolsonaro,seus fiéis seguidores ficaram órfãos.
Postar um comentário