Folha de S. Paulo
Camelo dado a Hollande foi para a panela, e
Trump recebeu de sauditas peles falsas
Uma das grandes polêmicas da antropologia,
que opôs Bronislaw Malinowski a Marcel Mauss,
diz respeito ao significado da troca de presentes. Por razões óbvias, esse é um
fenômeno que ocorre tipicamente dentro de uma sociedade, mas há registro de
permutas entre governantes de diferentes nações desde a Antiguidade. Egípcios e
hititas já cultivavam esse hábito.
De modo geral, funciona. A troca ajuda a cimentar os laços entre os países e, por vezes, até a promover valores compartilhados. A estátua da Liberdade, instalada em Nova York em 1886, foi um presente da França para os EUA que se tornou um símbolo universal de liberdade e democracia. Ainda bem que o presidente Grover Cleveland não considerou que o regalo era de uso personalíssimo e o levou para casa.
Há, porém, ocasiões em que os presentes
viram encrenca. Em 2013, o então presidente francês, François Hollande,
recebeu das autoridades de Mali um camelo,
como agradecimento pelo envio de tropas ao país para conter jihadistas. Por
razões logísticas, os franceses preferiram não transportar o animal para Paris.
Eles encarregaram uma família local de
zelar pelo bicho. O problema é que, alguns meses depois, os guardiães
resolveram levar o camelo para a panela, para embaraço geral dos franceses.
Num caso que guarda notáveis semelhanças
com as joias da
Michelle, Donald Trump,
quando era presidente dos EUA, recebeu, também dos sauditas, um luxuoso
conjunto de robes de pele de tigre e de guepardo, além de uma adaga de marfim.
Como Bolsonaro, Trump tentou burlar as regras para guardar os presentes para
si, em vez de incorporá-los ao patrimônio público. E havia uma agravante. Os
mimos violariam também as leis de proteção a espécies ameaçadas.
No último dia de governo, Trump acabou
entregando os presentes à administração. Foi aí que se descobriu que as peles
eram falsas. Alguém já conferiu se as joias são
reais?
4 comentários:
As jóias, ainda não se sabe.
Mas o ex-presidente, a ex-1a dama e o almirante ex ministro, sem dúvida, são falsos.
Receita já checou a legitimidade da muamba
O ex-presidente, a ex-1a dama e o almirante ex-ministro, sem dúvida, são verdadeiros. Verdadeiros criminosos!
Todos pilantras. Certeza absoluta! Percebam q o ex-pres, o almirante-mula e a micheque têm algo em comum: relação com milicos.
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