O Estado de S. Paulo
As famílias em Gaza, o uso político de ações da PF e as ações do embaixador israelense irritam Brasil
Ao usar a palavra “genocídio” para falar
sobre os ataques aos palestinos em Gaza, o assessor internacional do presidente
Lula, ex-chanceler Celso Amorim, deixa evidente que o governo brasileiro está
subindo o tom em relação a Israel. Tem motivos para isso, inclusive o
destempero e as ações, digamos, pouco diplomáticas, do embaixador do regime de
Bibi Netanyahu em Brasília, Daniel Zonshine.
Em Paris, Amorim reiterou a condenação do Brasil aos ataques terroristas do Hamas e a tomada de reféns israelenses, que classificou de “atos bárbaros”, mas disse que isso não justifica “ações indiscriminadas contra civis” e foi adiante: “A morte de milhares de crianças é chocante, a palavra genocídio inevitavelmente vem à mente”.
Além disso, anunciou uma contribuição
simbólica imediata e outra, “mais substancial”, para “breve”, à agência da ONU
para refugiados palestinos e insistiu no pedido de “cessar-fogo humanitário” e
alertou para o risco de a guerra se tornar “conflito global”. Já o Itamaraty
calibra passos e palavras para manter canais abertos, inclusive, para a volta
dos brasileiros de Gaza, que pode ser hoje, finalmente.
A ação da PF para prender brasileiros que
teriam sido cooptados para atacar até a embaixada israelense foi querosene na
fogueira. O Mossad, rápida e inesperadamente, assumiu os louros e atribuiu a
culpa ao Hezbollah, enquanto Zonshine dizia que, “se escolheram o Brasil, é
porque tem gente que apoia”. É irresponsável e fora das regras do jogo
diplomático. Planalto, Itamaraty e PF reagiram mal e o ministro da Justiça,
Flávio Dino, reclamou: “Nenhuma força estrangeira manda na PF”. Recado para
Israel, Mossad e embaixador.
Apesar do histórico de convivência pacífica
entre judeus, árabes e palestinos no Brasil, nesses momentos vêm à tona a
suspeita, não confirmada, de que a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e
Paraguai abrigaria gente ligada a grupos terroristas e a lembrança de que, em
2016, a PF prendeu 11 suspeitos de cooptação para atentados na Olimpíada do
Rio.
Em 2016, porém, o foco era no Estado
Islâmico, não no Hezbollah, que não tem tradição de cometer atentado fora da
região em crise e não age sem aval do governo do Irã. E Lula tem, ou teve,
relação diplomática aberta com o país. Isso mudou?
Outra diferença é de método. Aquela
investigação foi sobre o EI cooptando jovens para agir como “lobos solitários”,
enquanto a suspeita agora é de que o Hezbollah estaria “comprando” brasileiros
como mercenários. É preciso saber exatamente até aonde vão verdade e fantasia.
Com a palavra quem de direito: a PF. Mas, independentemente disso, a relação
Brasil-Israel não está uma maravilha.
4 comentários:
Os diplomatas israelenses têm se comportado como cúmplices do GENOCIDA Netanyahu, tentando ocultar os CRIMES DE GUERRA cometidos pelo governo israelense. São tão criminosos quanto os terroristas do Hamas!
12 mil palestinos ASSASSINADOS = 10 vezes mais palestinos ASSASSINADOS que os 1.200 israelenses ASSASSINADOS pelo Hamas, nestes 30 dias do mais recente conflito. Como sempre, a vingança israelense mata DEZ VEZES MAIS PALESTINOS que os cidadãos israelenses mortos pelos palestinos. Até os EUA já não dão o apoio INCONDICIONAL que deram até aqui, mas Blinken e Biden têm as mãos TÃO SUJAS DE SANGUE quanto Netanyahu e seus diplomatas sanguinários e MENTIROSOS!
É tudo tão calamitoso que eu me calo.
Depois de 1 mês de massacres diários dos civis palestinos por Israel, de 70 funcionários da ONU terem sido mortos por Israel, dos hospitais terem sido destruídos em Gaza e de poucos ainda conseguirem manter algum atendimento, os canalhas Blinken, Biden e Macron decidiram HOJE pedir que Israel faça uma distinção entre os civis palestinos e os membros do Hamas. CANALHAS! Durante UM MÊS INTEIRO deram apoio incondicional aos ataques israelenses que já mataram mais de 12 mil palestinos, incluindo mais de 4 mil crianças. Ou seja, apoiaram integralmente TODOS OS CRIMES DE GUERRA COMANDADOS POR NETANYAHU e seus ministros extremistas. E querem se achar melhores ou mais civilizados que os membros do Hamas... São piores que estes!
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