sábado, 5 de outubro de 2013

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo

Marina candidata
A decisão estratégica de Marina Silva está tomada. Será candidata a presidente da República. O resto é consequência. É mais ou menos como uma tacada de golfe: a trajetória é determinada na hora que o jogador bate na bola. Hoje, Marina anunciará a legenda pela qual pretende concorrer. Tem um leque de opções: o PPS, o PSol, o PEN e o Pros.
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O não reconhecimento do registro da Rede Sustentabilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) evoca a República Velha. Teve mais peso na decisão a vontade dos cartórios eleitorais do que o que realmente decide o futuro dos partidos e os resultados das eleições, o sagrado desejo dos eleitores. Lembra também as manobras do regime militar, que tirou de Leonel Brizola a legenda do PTB. Mas esse é o jogo jogado. A Rede tinha a cara de um projeto novo, qualquer que seja a escolha, Marina precisa preservar o seu partido.
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À noite, todos os gatos são pardos, diria um velho mandarim vermelho. Não é bem assim. Com a Rede fora da urna eletrônica, mesmo mantendo-se como protagonista, qualquer que seja a escolha partidária terá vantagens e desvantagens. PPS e PSol são partidos cujas vicissitudes são conhecidas; PEN e Pros, verdadeiras incógnitas, inclusive quanto à capacidade de resistir a um ataque especulativo. O Palácio do Planalto monitora a movimentação no quadro partidário com mais astúcia do que se imaginava. Que o diga Paulinho da Força, que fundou o novo Solidariedade.

Restrições
O deputado Walter Feldman é um dos que mais defendem a entrada dos candidatos da Rede no PPS. Marina vê duas dificuldades nessa opção: o apoio da maioria da bancada à aprovação do novo Código Florestal pela Câmara e o endosso ao duro discurso oposicionista de Roberto Freire (foto) em relação aos governos Lula e Dilma. Teme conflitos na campanha.

O que fazer
Varou a madrugada a reunião de Marina Silva com a cúpula da Rede para decidir o rumo a tomar. No fim da discussão, Marina revelou que só tinha uma certeza: seria candidata. Disse que tinha sérias dúvidas sobre a opção partidária e somente hoje tomaria uma decisão. Qualquer que seja o caminho de Marina Silva, a Rede pretende se manter organizada como partido e deve distribuir os seus candidatos por várias legendas.

Malcriado
O deputado federal Alfredo Sirkis (ex-PV-RJ) fez críticas pesadas a Marina, inclusive à postura pessoal da pré-candidata, na frente dos demais participantes da reunião. Num dado momento, referindo-se ao caráter da Rede, chegou a dizer que havia de tudo no partido, até "evangélicos de direita". Marina ouviu calada. No fim da reunião, porém, desabafou: "Sirkis, a única evangélica aqui sou eu. Você sabe que eu sou de esquerda".

Sim ou não// Marina Silva e Roberto Freire (PPS) terão um encontro decisivo hoje. Discutirão as condições de convivência entre o PPS e a Rede, que pretende se manter organizada, caso Marina ingresse na legenda para concorrer à Presidência. A ex-petista quer plena autonomia e não fala a mesma língua do neocomunista.

Petrobras
Líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP) criticou ontem o rebaixamento da nota da dívida da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody"s. "A despeito do anúncio da autossuficiência no setor feita pelo ex-presidente Lula, o país se defronta hoje com deficits comerciais gigantescos na balança comercial de petróleo e derivados", ressaltou.

Enem
Consultaram o cartão de confirmação de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2013, ontem, 1.117.512 candidatos. As provas serão aplicadas em 26 e 27 de outubro. Neste ano, o Enem recebeu 7,17 milhões de inscrições

Bancos/ O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, quer manter a paralisação da categoria, que já completou 16 dias, por tempo indefinido. "Os bancários estão fazendo a maior greve dos últimos 20 anos, e os bancos têm condições de melhorar a proposta", argumenta Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. Eles querem 11,93% de aumento e piso salarial de R$ 2.860,21.

Azebudsman/ O ex-ministro dos Portos Leônidas Cristino acompanhou o governador do Ceará, Cid Gomes, e deixou o PSB. Portanto, não será o candidato a governador da legenda no Ceará, como publicamos ontem, erroneamente, na nota intitulada "Desembarque".

Cara-preta
Após cinco dias acampados em Brasília, 1,5 mil índios de diversas etnias de todo o país deixaram Brasília. Antes, decidiram recorrer ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa (foto), e protocolaram um documento pedindo à Corte que apresse o julgamento dos embargos declaratórios a respeito da demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Fonte: Correio Braziliense

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