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O Dia do Trabalhador, comemorado no dia 1º de maio, suscita uma série de reflexões. Contudo, na maioria das vezes, a ideia central se restringe às frases feitas acerca da defesa do trabalhador e de seus direitos.
Mas na minha concepção, precisamos refletir e projetar o futuro de uma forma mais aprofundada.
O mundo vem passando por inúmeras transformações e já não podemos desconsiderar que, com elas, mudaram também os paradigmas do mercado de trabalho. Deste modo, é fundamental prepararmos a nossa sociedade para essa nova realidade.
Ao falarmos de Brasil, além dos vários elementos responsáveis por essas mudanças, temos que considerar ainda os recentes acontecimentos que abalaram sua economia e o setor político.
Deste modo, é imprescindível que foquemos na retomada do crescimento econômico e da credibilidade política do país. Isso porque somente com estabilidade poderemos pensar em ações de responsabilidade fiscal e na reconstrução de um Estado com capacidade de investimento e de estimular o setor privado a também investir. A partir daí, teremos uma nação forte e, então, capaz de gerar emprego e renda.
E para alcançar tal objetivo, temos que falar das próximas eleições, pois é crucial que elejamos um gestor com responsabilidade e experiência para colocar o país novamente nos trilhos. Na atual conjuntura não cabem mais discursos rasos e aventureiros que sugerem a defesa dos direitos do trabalhador sem que haja o aprimoramento da legislação vigente.
A ausência de propostas que acompanhem a nossa realidade no campo do trabalho refletirá, em um futuro próximo, na perda de direitos.
Não podemos ignorar o fato de que hoje, no Brasil, a maior parte da nossa força econômica não tem Carteira de Trabalho assinada. Enquanto temos cerca de 100 milhões de pessoas em idade economicamente ativa, apenas 32,9 milhões possuem registro em carteira, segundo dados recentes divulgados pelo IBGE. Ou seja, precisamos de leis que contemplem também esses trabalhadores.
Outros pontos merecem atenção. A relação dos avanços tecnológicos com o desemprego é um deles. A perspectiva mundial é de que os computadores ocupem espaços de seres humanos. Com isso, há de se pensar em uma nova sociedade, na qual as pessoas tenham meios para gerarem suas rendas, seja por meio do empreendedorismo ou das relações de trabalho não contínuas, de acordo com a demanda.
Diante das inúmeras opiniões apresentadas em virtude do Dia do Trabalhador, não vislumbro outro caminho que não seja o de acompanhar o movimento de transformações pelo qual passa a nossa sociedade e apontar soluções por meio de planejamento e adequações capazes de atualizar nossos mecanismos às atuais necessidades. Esse é um trabalho de todos nós. E a labuta não é fácil, mas necessária.
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Davi Zaia é deputado estadual pelo PPS-SP e secretário-geral nacional do partido
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