Pazuello,
sequer, domina bem a arte da desfaçatez
Sabe quantos testes de Covid-19 foram aplicados no Brasil desde o início da pandemia, em março fará um ano? E a quantidade de medicamentos para qualquer tipo de doença que tem estocado?
Não
sabe e não saberá tão cedo. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) quis saber e
valeu-se para isso da Lei de Acesso a tais informações que o governo Bolsonaro
costuma desrespeitar.
O
Ministério da Saúde respondeu ao pedido dizendo que as informações “se
encontram em status reservado” porque poderiam “pôr em risco a vida, a
segurança e a saúde da população”.
Outro
argumento usado pelo ministério para dizer não a Valente: as informações
requeridas por ele oferecem “elevado risco à estabilidade financeira, econômica
ou monetária do país”.
Esperar
o quê do ministério sob o comando de um general especialista em logística que
já marcou e remarcou tantas vezes o que chamou de Dia D da vacinação em massa
contra o vírus?
E
que quando a vacinação começou havia poucas doses disponíveis que mal dariam
para atender 4% da fatia dos brasileiros do grupo considerado prioritário?
O
general Eduardo Pazuello sequer domina como Bolsonaro a arte da desfaçatez.
Retirou, ontem, do ar o aplicativo que recomendava remédios sem eficácia contra
a Covid, como a cloroquina.
Alegou
que o sistema havia sido ativado “indevidamente” por um hacker e que a
plataforma fora lançada como um projeto-piloto e não funcionava oficialmente,
“apenas como um simulador”.
Mas como era assim, se foi ele, durante evento no último dia 13 em Manaus, quem lançou a plataforma em reunião com médicos e outras autoridades da área de saúde?
Naquela
ocasião, Pazuello já sabia que o sistema de saúde de Manaus estava em colapso,
e que em poucos dias faltaria até oxigênio para o atendimento de doentes na
rede hospitalar.
Por mais que Bolsonaro negue, o general tem seus dias contados como ministro. Não será o único ministro a sair em breve. Sairá em meio a uma reforma ministerial para evitar que Bolsonaro caia.
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