Estatal cancelou, por ineficiência, contratos com a Delta; dispensa de 900 operários ameaça obras de complexo petroquímico
Sabrina Valle, Sergio Torres
RIO - A demissão de 900 trabalhadores contratados pelos dois consórcios da Delta Construções nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)ameaça, mais uma vez, interromper os trabalhos do principal empreendimento da Petrobrás. Sob alegação de ineficiência, a estatal cancelou no dia 11 os contratos com a Delta. Reunião emergencial realizada há dois dias entre representantes do sindicato dos trabalhadores, dos consórcios e da Petrobrás discutiu a absorção dessa mão de obra.
Nada de efetivo ficou acertado no encontro, a não ser a promessa empresarial de tentar manter na obra pelo menos 70% dos dispensados. Na próxima semana, haverá uma manifestação desses operários no portão principal do complexo petroquímico. Desde novembro de 2011 a construção do Comperj esteve interrompida durante 85 dias por causa de quatro greves. A última paralisação, de 28 dias, terminou na semana passada. A possibilidade de nova greve em solidariedade aos demitidos começa a ganhar força.
O afastamento dos consórcios dos quais a Delta faz parte ocorreu há cinco dias, mas só ontem a Petrobrás divulgou o fato formalmente. O diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, afirmou que os índices que medem segurança, produtividade e desempenho dos consórcios estavam abaixo da metade do que era exigido. "Estava muito aquém e resolvemos cancelar o contrato." Os contratos rescindidos somam R$ 843,5 milhões.
Como o Estadão mostrou no domingo, a entrada em operação do Comperj, adiada já três vezes, corre o risco de sofrer nova prorrogação por causa de atrasos nas obras. O prazo oficial, que já foi 2011, 2012 e 2013, agora é o segundo semestre de 2014, com risco de novo adiamento.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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