Senador tucano atacou também o líder nacional do
PT, Rui Falcão, e disse que faltou 'serenidade'
Tássia Kastner
O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) esteve nesta
segunda-feira, 24, em Porto Alegre, a convite da ex-governadora Yeda Crucius
(PSDB), para gravar mensagens de apoio aos candidatos tucanos no Estado e
aproveitou a ocasião para criticar duramente a recente nota divulgada pelo PT e
alguns partidos da base aliada em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. A nota contém críticas à oposição, dizendo entre outras coisas que eles
estão preocupados em fazer da ação penal 470 - escândalo do mensalão - um
julgamento político no Supremo Tribunal Federal (STF). Sem citar o nome do
dirigente nacional do PT (Rui Falcão), Aécio recomendou que ele tivesse mais
serenidade e disse que a iniciativa "beirou o ridículo".
"O que é absolutamente ridículo foi a
tentativa do presidente do PT (Rui Falcão) de soltar uma nota, inclusive
constrangendo, pelas informações que temos, os aliados, contra uma eventual
derrubada de um ex-presidente da República (Lula), algo novo que o PT
inaugurou também na vida brasileira, como se houvesse a possibilidade de um
golpe de Estado contra um ex-presidente", disse o senador tucano,
continuando com as críticas: "Aquilo beirou o ridículo, algo absolutamente
sem sentido. Era preciso que a autoridade do PT tivesse mais serenidade e
pensasse no Brasil melhor que vamos ter após o julgamento (do mensalão)."
Na avaliação do senador tucano, "todas as
acusações, todos os processos que estão sendo examinados devem ir a
julgamento". E alfinetou: "Lamentavelmente, para o PT, o que nós
assistimos é um volume muito expressivo de lideranças desse partido envolvidos
em algo que o PT sempre negou." Questionado sobre as acusações sobre o
chamado ''mensalão mineiro", Aécio disse: "Sobre essas acusações de
Minas Gerais, tenho muito pouca informação sobre ela, mas quando chegar o
momento, deve ser julgada também."
Ao falar do julgamento do mensalão no Supremo
Tribunal Federal, Aécio disse esperar que os culpados possam ser condenados,
enquanto que os inocentes possam ser inocentados. Contudo, não acredita que o
fato de o STF já ter feito algumas condenações (dentre elas o do petista João
Paulo Cunha) seja a explicação para as dificuldades que o PT vem enfrentando na
disputa municipal em algumas das mais importantes capitais do País (como
Recife, Belo Horizonte e São Paulo). Na sua avaliação, o que está ocorrendo é
um cansaço do modelo político atual.
Aécio destacou também que as eleições municipais
servem de referência para as eleições do Congresso Nacional, mas não devem
interferir nas eleições presidenciais diretamente. Ele destacou que 2013 será o
ano de construção do projeto político da oposição para a disputa federal de
2014. E acredita que no resultado geral das eleições municipais deste ano, o
PSDB deve ser o segundo partido que fará o maior número de prefeituras, atrás
do PMDB.
Em Porto Alegre, o candidato do PSDB, Wambert Di
Lorenzo, tem apenas 2% das intenções de votos, de acordo com a última pesquisa
Ibope. Mesmo com a divisão política durante as prévias do partido, Nelson
Marchezan Júnior, que pretendia concorrer ao executivo de Porto Alegre,
participou do ato político.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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