quinta-feira, 24 de julho de 2014

Painel :: Bernardo Mello Franco (interino)

- Folha de S. Paulo

Você me abandonou
O PT do Rio é um pote até aqui de mágoa com Dilma Rousseff. Aliados de Lindberg Farias estão revoltados com o que chamam de boicote à sua candidatura ao governo do Estado. A presidente, que evita aparecer ao lado do senador, jantará hoje com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e prefeitos aliados. O encontro será em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, reduto eleitoral de Lindberg. Os petistas veem a escolha da cidade como "provocação" do Planalto.

Olha o bico dele Os petistas dizem que o PMDB já embarcou no voto "Aezão" e está comprometido com o tucano Aécio Neves. "Só a campanha da Dilma não vê que o apoio do Pezão é falso", diz o presidente estadual do partido, Washington Quaquá.

Não é o Baixinho Para o PT fluminense, as críticas de Romário (PSB-RJ) a Dilma têm sido usadas como pretexto para justificar a preferência pelo peemedebista. O ex-craque é candidato ao Senado na chapa de Lindberg.

Lista tríplice O presidente nacional do PT, Rui Falcão, vai se reunir amanhã com o candidato do partido no Rio. Mas também falará com seus rivais Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB).

Jogando contra A cúpula do PMDB identificou pressão para que prefeitos do partido faltem ao jantar com Dilma. O presidente estadual da sigla, Jorge Picciani, é o líder do movimento "Aezão".

Clube do bolinha Na corrida ao Senado, Romário é franco favorito entre os eleitores do sexo masculino. Ele atinge 38% das intenções de votos dos homens, contra 22% de Cesar Maia (DEM). Entre as mulheres, o ex-prefeito é quem vence: 25% a 21%.

Geração tetra O ex-craque tem seu melhor desempenho entre entrevistados de 25 a 34 anos, com 36% no Datafolha. Esses eleitores eram crianças quando ele foi eleito o melhor jogador do mundo e ergueu a Copa de 1994.

Sonho meu Azarão na disputa entre Romário e Cesar Maia, o pedetista Carlos Lupi espera ter apoio de Dilma, que o demitiu do Ministério do Trabalho na "faxina" de 2011. "Não que eu seja grande coisa, mas meus adversários são piores...", diz.

Depois cresce Na reunião de terça-feira com partidos aliados, Dilma reconheceu o cenário difícil para a economia até o fim do ano, mas estabeleceu como meta de um eventual segundo mandato uma expansão do PIB de 2,5% a 3% ao ano.

Lavradora A presidente disse que a prioridade até dezembro é plantar sementes para os próximos quatro anos, mantendo emprego e inflação dentro das metas.

Balcão O comitê de Dilma reunirá hoje líderes regionais de 22 Estados. Foram convidados prefeitos de capitais como Porto Alegre, Goiânia, Fortaleza e Macapá.

Não é com ele Aliados de Eduardo Campos (PSB) repetiam ontem que o relato do deputado José Augusto Maia (Pros) sobre oferta de propina para apoiar seu aliado Paulo Câmara (PSB) é "questão local" de Pernambuco.

Nem com a gente Na contramão da campanha presidencial, aliados de Câmara diziam que a negociação com o Pros foi conduzida pela bancada do PSB no Congresso, e não por líderes locais.

Sambista de toga Após libertar os 23 ativistas acusados de planejar protestos violentos, o desembargador Siro Darlan citou no Facebook o Hino da Proclamação da República: "Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós". No Rio, o refrão é mais lembrado pelo samba da Imperatriz Leopoldinense em 1989.

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Tiroteio
"Políticos oferecendo dinheiro uns aos outros em troca de apoio nas eleições? Que coisa, parece até que nós estamos no Brasil..."
DE CLAUDIO WEBER ABRAMO, diretor-executivo da Transparência Brasil, sobre acusação de José Maia (Pros-PE) de propina para apoiar o PSB em Pernambuco.
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Contraponto
Sem bola de cristal

Ariano Suassuna, que morreu ontem no Recife, era amigo e eleitor de Eduardo Campos (PSB). Prometia ajudá-lo na campanha, mas não se arriscava a fazer previsões eleitorais. Em 2013, o jornalista Fabio Victor quis saber se ele via chance concreta de o afilhado se eleger.

--Isso eu não sei não --desconversou o escritor, lembrando o dia em que um repórter pediu ao compositor Capiba que previsse o resultado de jogo do Santa Cruz.

--O jornalista perguntou: "E qual vai ser o placar?". Aí ele disse: "Me telefone segunda-feira". Me telefone no dia seguinte à eleição que eu digo!

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