• Para eles, ações são apenas de curto prazo e podem trazer risco de sobrecarga no sistema
- O Globo
As medidas anunciadas ontem pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para adicionar 1.500 megawatts (MW) de energia à região Sudeste foram recebidas com ressalvas por especialistas do setor . Segundo eles , a transferência de energia para o maior mercado consumidor do país vai exigir a alteração dos critérios de operação , o que pode comprometer a segurança do sistema. Os especialistas ressaltaram que é preciso que o governo dê mais detalhes de como ser á feita o remanejamento . Para Edvaldo Alves, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétric a (Aneel), as medidas são apenas de curto prazo. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não quis comentar . O Ministério de Minas e Energia afirma que as principais alterações, como mudanças em Angra 1, o aumento no limite de in ter câmbio de energia pela linha de transmissão Norte- Sul e a entrada em operação das termelétricas da Petrobras não afetam as outras regiões .
1 Fim da manutenção das termelétricas já era previsto
Braga anunciou ontem que a Petrobras vai voltar a adicionar ao sistema 867 MW de eletricidade proveniente de usinas termelétricas que estavam em manutenção e reparo. A entrada em operação será feita de forma escalonada até o dia 18 de fevereiro. Segundo Erik Rego, diretor da consultoria Excelência Energética, como a parada era programada, a volta das usinas no Sistema Interligado Nacional (SIN) não se trata de medida anticrise. Para ele, trata-se do padrão de operação de uma termelétrica. Segundo a Petrobras, são cinco usinas em manutenção: Baixada Fluminense (Seropédica, no Rio), Fernando Gasparian ( São Paulo), Sepe Tiaraju (Canoas, no Rio Grande do Sul), Luis Carlos Prestes (Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul) e Governador Leonel Brizola (Duque de Caxias).
2 Transferência adicional de 300 MW da Usina de Itaipu
Segundo o gerente de regulação da Safira Energia, Fábio Cuberos, a hipótese é que parte da energia gerada pela Usina de Itaipu ser á desviada da Região Sul para a Sudeste, o que vai exigir alteração no critério de operação do sistema, o que pode sobrecarregar o sistema. Edvaldo Alves, ex-diretor Aneel, por sua vez, critica a decisão , questionando o motivo de a medida não ter sido adotada antes , já que os reservatórios da região Sul estão com 67,8% de sua capacidade, situação bem melhor que a das regiões Sudeste/Centro-Oeste , com 17,6%.
3 Remanejamento da energia na interligação Nordeste-Sudeste
A transferência de 400MW é duramente criticada por especialistas. Segundo Fábio Cuberos, da Safira, e Edvaldo Alves, ex-diretor Aneel, enquanto a região Sudeste ganha reforço, a região Nordeste pode ser afetada, com redução do nível de seus reservatórios, atualmente em 17,3%.
4 Repasse entre 100 MW e 200 MW da Usina de Angra 1
A medida concentra a maior parte de dúvidas dos especialistas , já que Angra 1 opera em 100% de sua capacidade e toda a energia é direcionada ao Sudeste. A Eletronuclear disse que é possível elevar a potência da usina, mas que isso demandará tempo para a elaboração do projeto , investimentos e licenciamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear . O aumento de potência consiste na troca de equipamentos por outros de maior capacidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário