• Segundo relatos, Renan Calheiros (PMDB-AL) tem conversado com senadores da base e da oposição para pedir votos contra Fachin
Ricardo Brito - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem investido nos últimos dias em uma operação pública e privada para tentar arregimentar senadores com o objetivo de derrotar no plenário da Casa a indicação do jurista Luiz Edson Fachin ao Supremo Tribunal Federal e as medidas provisórias do ajuste fiscal.
Segundo relatos, Renan tem conversado com senadores da base e da oposição para pedir votos contra Fachin. Nas conversas, ele defende a derrubada da indicação da presidente Dilma Rousseff como forma de mostrar independência em relação ao Executivo. Alega também que o governo deveria apresentar outro nome. A assessoria de Renan nega que ele esteja atuando contra a indicação.
Queixa. Contudo, senadores têm se queixado da atitude contraditória de Renan e não demonstram, em conversas privadas, querer ajudá-lo a derrotar o Planalto. Ao mesmo tempo em que atua para derrubar o nome de Dilma, o peemedebista retirou a prerrogativa de os atuais senadores sabatinarem, até o final do mandato da petista, em 2018, 18 ministros de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União ao atuar a favor da aprovação pela Câmara da PEC da Bengala. A emenda constitucional, promulgada no dia 6, elevou de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória dessas autoridades.
Nesse caso, o presidente do Senado ainda teve de recuar de uma ação anunciada por ele mesmo no dia da promulgação: a de que os magistrados teriam de passar por uma nova sabatina aos 70 anos. Pressionado por ministros do STF, Renan voltou atrás nas declarações.
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