Revista IstoÉ
Há rumores de que o
presidente tem ligação com milicianos da organização criminosa chamada
Escritório Crime
Estamos assistindo as últimas semanas de Bolsonaro na Presidência da República. É bom ele “jairseacostumando” com os processos que terá de responder como principal responsável pela maior tragédia sanitária da história do Brasil. Serão centenas de demandantes na Justiça, além da União. Esta última, certamente, solicitará algum tipo de indenização frente aos pagamentos que terá de efetuar para as famílias que tiveram seus entes queridos vindos a óbito durante a pandemia. E, sem esquecer, os sequelados — e são milhares — que devem exigir da Justiça tratamento adequado como se fossem veteranos de uma guerra, a guerra da Covid-19.
As investigações realizadas no Rio de
Janeiro — e que seguem lentamente — vão ser apressadas. Os indícios de graves
crimes são robustos. A ligação com milicianos e o estabelecimento de negócios
no momento das eleições garantindo os votos das regiões sob controle dos
criminosos vão ser investigadas. Também há rumores de uma possível sociedade
com a organização criminosa conhecida pela designação Escritório do Crime.
Aventa-se a possibilidade de uma proximidade muito grande de Bolsonaro com o
ex-capitão Adriano Nóbrega — que foi executado na Bahia — e que explica a busca
de apoio do matador de aluguel quando da fuga de Fabrício Queiroz — vale
recordar a foto em que aparecem juntos em um botequim a esposa de Queiroz, a
mãe de Adriano e um advogado tratando de encontrar um esconderijo seguro para o
gerente das rachadinhas.
Sem apoio partidário — o Aliança pelo Brasil não conseguiu sequer obter 5% das assinaturas necessárias para sua legalização e o Patriotas vive uma grave crise interna —, sem apoio eleitoral — na eleição de novembro de 2020 seus candidatos foram fragorosamente derrotados nos principais colégios eleitorais do País —, sem apoio empresarial — e, neste caso, de empresários do grande capital, responsáveis, e não oportunistas que têm enorme dificuldade de explicar suas fortunas —, sem apoio das ruas — as “motociatas” reúnem, quando muito, seis mil participantes —, sem resultados significativos na economia e sem apoio das pesquisas — é o mais impopular desde Fernando Collor, tendo o segundo ano do mandato como referência —, Jair Bolsonaro caminha para o isolamento político que é o momento inicial, historicamente, do impeachment no Brasil. Antes deverá propalar inúmeras ameaças — faz parte do roteiro. Mas as instituições ainda estão fortes para resistir. Logo Bolsonaro estará de mudança: do Palácio da Alvorada para Bangu-8.
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