O Estado de S. Paulo
Eleição no Estado vai decidir o destino da Presidência e das principais forças políticas até 2026
Enquanto as pesquisas consolidam o cenário
de uma disputa entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva pela
Presidência, outro confronto deve selar o destino das principais forças
eleitorais do País. Trata-se da eleição para o governo de São Paulo.
Não só a rivalidade entre o antipetismo e o
antibolsonarismo terá um encontro decisivo no Estado, mas também o futuro do
centro político. Todos precisam garantir um lugar no segundo turno e, depois,
vencer. Aqui a sorte dos padrinhos se mescla à de seus herdeiros. Se o
ex-ministro Tarcísio de Freitas não chegar ao segundo turno, dificilmente
Bolsonaro conseguirá bater Lula, assim como Haddad só vencerá o pleito se
reunir o voto lulista e o alckmista, historicamente um eleitorado muito maior
que o petista.
Também o PSDB, que patrocina a candidatura do novo tucano Rodrigo Garcia, tem o seu destino como força política de relevo nacional atrelado à reeleição do governador. Mais do que isso. É o centro que dependerá de seu sucesso nas urnas para saber o papel que terá no País nos próximos quatro anos, seja qual for o futuro presidente – Lula ou Bolsonaro.
Assim como as consequências da eleição em
São Paulo pairam como uma sombra sobre o destino da presidencial, elas também
ultrapassarão o pleito e condicionarão o futuro governo. Bolsonaro aposta na
vitória de Tarcísio para fazê-lo seu sucessor no Planalto. Em caso de derrota
do presidente, o sucesso em São Paulo daria ao bolsonarismo uma fortaleza para
resistir ao petismo triunfante.
Já Lula, se eleito, terminará seu novo
mandato com 81 anos. Teria em Haddad a opção de passar o bastão não para seu
vice, Geraldo Alckmin, mas para um integrante da nova geração petista, um
político sem as máculas do mensalão ou da Lava Jato e afinado com a esquerda identitária
que vê na alienação do homem e não do trabalho a origem das desigualdades e,
portanto, o centro de sua atuação política.
Por fim, Garcia, como governador reeleito
do mais importante Estado do País, seria candidato natural, assim como seus
adversários, na disputa à Presidência, em 2026. A trincheira paulista, mantida
pelos partidos do centro nos governos anteriores do PT, foi o que permitiu ao
tucanato liderar a oposição a Lula e a Dilma Rousseff.
Por tudo isso, o eleitor paulista, além de
conhecer e julgar os planos para São Paulo de cada candidato e força política,
tem diante de si outras razões para acompanhar o debate entre os candidatos ao
Palácio dos Bandeirantes, como o que será promovido pelo Estadão, Rádio
Eldorado, Terra, SBT, Veja, CNN e Nova Brasil FM no dia 17: é que seu voto terá
consequências para além das divisas do Estado. •
Um comentário:
Lula e Haddad,sempre.
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