quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Dutra tem dia caótico mesmo sem greve

Grevistas só liberaram a rodovia por volta das 3 horas da manhã; paralisação dos caminhoneiros terminou na noite de terça-feira

Antonio Pita

RIO - Encerrada na noite de terça-feira, a greve dos caminhoneiros continuou causando transtornos ao trânsito na manhã de ontem na Via Dutra, rodovia que liga São Paulo ao Rio. Um acidente, diversos caminhos quebrados e o fluxo intenso de veículos pesados provocaram um congestionamento de 25 quilômetros no sentido Rio. Motoristas ficaram parados por mais de uma hora no trecho entre Volta Redonda e Piraí, no sul fluminense.

O fluxo da saída dos caminhões provocou, por volta das 5h, o acidente responsável pelos grandes engarrafamentos da manhã de ontem. Um caminhão tombou na altura de Piraí (RJ), na Serra das Araras, deixando o motorista gravemente ferido. Moisés Pereira, de 37 anos, foi levado para o hospital e passa bem. A pista que leva ao Rio foi bloqueada aos veículos, que seguiram em mão dupla no sentido contrário.

"Já estou há uma hora parado. A estrada cheia de caminhões dificulta muito o trânsito", afirmou Mario Dominiquelli, de 40 anos, que seguia de Barueri para Itaguaí, no interior do Rio. A empresária Nídia Lodi, de 42 anos, tentava retornar à capital fluminense pela segunda vez. No dia anterior, após duas horas com o motor desligado, ela retornou para Itamonte, em Minas Gerais, de onde partira. "Achamos que os transtornos já tivessem acabado, mas não vou voltar. Temos que esperar, não tem outro jeito." Os motoristas também sofreram com os caminhões quebrados. Após três dias parados, ao menos seis tiveram problemas mecânicos e ficaram retidos na pista, ampliando ainda mais os congestionamentos. No fim da manhã, em Barra Mansa (RJ), os motoristas enfrentavam 25 quilômetros de lentidão, segundo a concessionária que administra a via.

Carlos Alberto Cordova, de 41 anos, estava preocupado com mais um dia de atraso para a entrega da carga. "Fiquei parado um dia inteiro ontem por causa da paralisação. E hoje já tem complicação, então não vou conseguir descarregar hoje também. Isso é prejuízo para a empresa."

A liberação dos rodoviários que estavam parados nas vias teve inicio por volta das 3h da manhã, após negociação com a Polícia Rodoviária Federal. O fim da greve foi decidido na noite de quarta-feira, mas os grevistas em Barra Mansa decidiram manter a paralisação por discordar dos termos do acordo.

Se na Dutra o dia ainda foi caótico, no Rio o fornecimento de hortifrutigranjeiros voltou ao normal. Na Central de Abastecimento do Estado (Ceasa-RJ), o preço da batata, produto mais afetado pela greve, voltou ao patamar regular (entre R$ 45 e R$ 50 a saca), depois de ter atingido R$ 110.

Com a liberação do tráfego represado, o número de veículos que chega ao local aumentou e deve ultrapassar a média das quartas-feiras, que é de cerca de 700 caminhões. Outros produtos que tiveram o fornecimento comprometido, como laranja, limão e tangerina, também voltaram aos preços normais, informou o chefe da divisão técnica da Ceasa, Antônio Carlos Rodrigues. "Tudo se normalizou. Os preços voltaram aos da semana passada", disse.

Colaborou Glauber Gonçalves

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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