Ex-presidente planeja viajar pelo interior a partir de junho para elaborar o programa da campanha de Dilma à reeleição
Senador tucano prefere esperar programas de TV do PSDB para, em junho, iniciar viagens e firmar candidatura
Diógenes Campanha, Daniela lima
SÃO PAULO - Protagonistas dos discursos que anteciparam a eleição presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva planejam percorrer o país no segundo semestre.
Maior aposta da oposição, Aécio disse a aliados que aguarda o início da exibição das inserções do PSDB na TV em maio para começar o giro.
Já Lula, que anteontem lançou a candidatura de sua sucessora, Dilma Rousseff, à reeleição, discute com aliados uma andança pelo país, a partir de junho, para elaborar o programa do PT para a disputa do próximo ano.
Da próxima quinta até maio, irá a uma dezena de cidades na série de seminários em que o PT exaltará seus dez anos à frente do governo.
Do lado tucano, Aécio avalia que só após ser apresentado em veículos de comunicação de massa terá uma base para iniciar sua caminhada.
A propaganda do PSDB na TV começará a ser exibida no final de maio, nos dias 25 e 29, e terminará em 1º de junho, quando Aécio já deverá ter assumido a presidência nacional de seu partido.
Dizendo estar centrado nas articulações internas, Aécio irá a Belo Horizonte na próxima segunda para a abertura de seminário do PSDB com Fernando Henrique Cardoso. Em março, voltará a Minas para ciceronear uma palestra com o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB).
Os seminários servirão para manter o senador na mídia em grandes eventos até a convenção nacional do PSDB, na semana de 18 a 25 de maio.
Aécio, que anteontem iniciou uma ofensiva contra o governo Dilma, disse aos aliados que é cedo para lançar a candidatura. Ele teria afirmado que "não há campanha que resista por dois anos". Ontem, criticou o que chamou de "antecipação da campanha" à reeleição de Dilma. Anteontem, Lula havia dito que a resposta à oposição será a "reeleição de Dilma".
"O que a presidente faz ao antecipar essa discussão eleitoral? Caberá à oposição cobrar compromissos e que tenhamos pelo menos por algum tempo uma presidente da República e não apenas uma candidata", disse Aécio.
No PT, a avaliação é que Lula lançou Dilma mais para afastar as especulações de que seria ele, e não ela, o candidato do partido em 2014, do que para iniciar a campanha.
"Lula quer saber o impacto dos projetos do governo para atualizar a plataforma do PT", diz o senador Wellington Dias (PT-CE): "Uma coisa é elaborar programa com técnicos no escritório. Outra é ver o sentimento do povo percorrendo o país inteiro."
Fonte: Folha de S. Paulo
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