sexta-feira, 11 de julho de 2014

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Campanha judicial
Foram-se os tempos em que a figura mais importante de uma campanha política era o marqueteiro. Agora, a vez é dos advogados. Desde a Lei da Ficha Limpa e adjacências, o que bomba nas campanhas são as áreas jurídicas, capazes de travar as disputas nos tribunais e garantir a posse daqueles que, condenados, insistem em mandatos eletivos.

No momento, o caso que atrai os holofotes nessa área é o do registro da candidatura do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e a tentativa de um único deputado estadual em São Paulo de anular a convenção do PT paulista, deixando o candidato a governador, Alexandre Padilha, pendurado em ações judiciais. Há outros e mais virão.

Na Paraíba...
Lá a largada da eleição já está "judicializada" — para usar a expressão que os candidatos paraibanos repetem a todo instante. Há ações contra o tucano Cássio Cunha Lima, que manterá a campanha com parte da energia voltada aos tribunais. O mesmo vale para os petistas que brigam contra a direção nacional do partido na Justiça para seguir ao lado do governador-candidato, Ricardo Coutinho, do PSB. Por essas e outras é que tem muita gente achando que a Justiça Eleitoral é quem vai ditar as emoções na campanha pós-Copa.

Atenção, internautas!
Em tempo de eleição, o cidadão tem que redobrar a atenção com certas atitudes, uma vez que não é apenas o papel, mas a tela de um computador também aceita tudo. O ministro Henrique Neves, do TSE, deixa um alerta a quem costuma simplesmente compartilhar ou repassar ofensas graves que circulam na rede: "Responde por crime contra honra também quem reproduz algo ofensivo", diz ele.

Hora de apertar os laços
Quem observou a agenda do senador Aécio Neves nos últimos dias percebeu que a ordem foi sacramentar acordos que poderiam balançar ao longo da campanha. No Rio de Janeiro, ele não esperou nem o fim da Copa do Mundo para encontrar com os mentores do Aezão (Aécio-Pezão). O mesmo valeu ontem para o Espírito Santo, onde reforçou os laços com Paulo Hartung, candidato a governador do estado. A hora é de segurar o PMDB, um partido que invariavelmente dança conforme a música.

Bate-rebate
Em seus primeiros movimentos de campanha, o candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, tem feito tudo o que pode para chamar a cúpula nacional do PT ao debate. O partido, entretanto, escalou a presidente do PT pernambucano,
Tereza Leitão, para responder a Eduardo. É a forma de tentar manter o ex-governador restrito ao plano estadual.

Mão Santa, o pobre
Quem tiver a curiosidade de ver os bens do ex-senador Mão Santa, que é médico, ficará impressionado. Seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral é de R$ 19.755,40. O mais valioso é uma casa de R$ 19.317,63, além de R$ 360 em quotas da Rádio Igaraçu.

Oferta imperdível / Se o senador Delcídio Amaral (foto) resolver vender seu Mini Cooper 2011/2012 pelos R$ 27.212,50 que declarou à Justiça Eleitoral, certamente terá fila na porta. Ontem, na internet, os modelos 2011 variavam de R$ 79,9 mil a R$ 115 mil. Os 2012 aparecem todos acima de R$ 90 mil.

Do campo para a campanha / A expressão de Neymar "derrota praticamente histórica", ao se referir aos 7 x 1 da última terça-feira, vai passar para os anais da política. Ontem, no fim do dia, candidatos esperavam uma campanha "praticamente" limpa, uma nação "praticamente" sem problemas. É, pois é.

E por falar em Neymar... / A aposta ontem era a de que seria bem capaz que a turma da CBF ainda tentasse colocar o jogador em campo amanhã, ainda que esteja em fase inicial de recuperação. Quanta irresponsabilidade, Batman!

Plataforma pronta / Ao falar da falência do futebol brasileiro em sua página, contando sua guerra contra
a CBF e a "bancada da bola" ou "bancada da CBF", o deputado Romário (PSB-RJ) não para de receber elogios. Há quem diga que poderá fazer sua campanha ao Senado praticamente sem sair de casa.

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