• Empreiteiro falou em depoimento à Justiça Federal que fez depósitos 'na conta do partido' a pedido do ex-diretor da Petrobrás Renato Duque
Talita Fernandes e Isadora Peron - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O PSDB pediu nesta sexta-feira, 4, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) junte um depoimento do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e um dos delatores da Operação Lava Jato, a um inquérito eleitoral do qual a presidente Dilma Rousseff é alvo. O partido é autor da ação que pede que a investigação de fatos ligados à campanha que reelegeu Dilma presidente. A sigla acusa abuso de poder político e econômico no processo eleitoral no ano passado e, no limite, a ação pode resultar na perda de mandato da petista e de seu vice, Michel Temer (PMDB).
Os autores da ação querem que seja levada em consideração no processo em curso no TSE a fala de Pessoa na qual ele afirma ter feito depósitos oficiais em contas do PT. O depoimento do empreiteiro foi prestado na última quinta-feira, 3 ao juiz Sérgio Moro. O delator falou à Justiça como testemunha de acusação no processo em que são réus o presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos ligados ao grupo.
Os tucanos já tinham pedido à Corte eleitoral a oitiva de Pessoa como testemunha da ação eleitoral, já que ele foi citado por outro delator da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa. Apesar de ter sido autorizado pelo ministro relator da ação, João Otávio de Noronha, o depoimento do empreiteiro está suspenso devido ao sigilo do acordo de delação premiada firmado pelo dono da UTC com o Ministério Público Federal. O PSDB aproveitou o pedido protocolado nesta sexta para reiterar a oitiva de Pessoa.
O pedido depende de decisão de Noronha, mas a expectativa da defesa é de que ele seja acatado. O relator já aceitou no passado outras solicitações feitas pelo PSDB como a oitiva do doleiro Alberto Youssef, de Costa e Pessoa. O presidente da UTC Engenharia é apontado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal como o presidente do 'clube vip' das empreiteiras que se apossaram de contratos bilionários da Petrobrás entre 2004 e 2014.
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