• Vice-presidente diz que situação de crise, como em outros momentos da História, demanda 'novas providências do povo'
Igor Gadelha - O Estado de S. Paulo
O vice-presidente Michel Temer disse nesa sexta-feira que o Brasil vive mais um período de crise que, como em outras situações da História, demanda “novas providências do povo brasileiro”. A declaração foi feita durante participação do peemedebistas no 106º Encontro do Conselho de Tribunais de Justiça, em Campo Grande (MS).
Ele afirmou que, no Brasil, o Poder Executivo tem historicamente uma “vocação centralizadora muito forte” e que essa característica ficou evidente em vários períodos entre 1930 e 1991. Segundo Temer, essa vocação foi, inclusive, uma das responsáveis por desencadear o Golpe de 1964, que levou ao País novamente a uma concentração de poder que seguiu até a Constituição de 1988.
“A cada 25, 30 anos, há um refluxo, quase um fatalismo histórico, um fluxo e refluxo institucional, começam a aparecer crises que demandam novas providências do povo brasileiro”, afirmou Temer, primeiro da linha sucessória caso a presidente Dilma Rousseff seja impedida de continuar no cargo.
De acordo com Temer, atualmente o Brasil vive um desses momentos. “Estou dizendo que temos hoje problemas políticos, econômicos etc., que podem gerar a ideia de uma crise institucional, o que é ruim para todos nós, porque você não consegue romper esse ciclo histórico. Ou seja, a cada 25, 30 anos você tem que mudar as instituições”, disse.
O peemedebista afirmou que, nessa cultura de centralização do Executivo, o Judiciário é o responsável por dar estabilidade e harmonia ao sistema político. “O poder Judiciário, se diz, tem que ter uma tranquilidade absoluta, uma moderação, um equilíbrio, que tem sido a marca, aliás, dos judiciários de todo o País e das cortes superiores.” Segundo ele, o Legislativo não tem como dar essa estabilidade, pois é um poder em que há muitos conflitos.
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