• Vice só deverá encontrá- los após partido decidir se fica no governo
Maria Lima e Cristiane Jungblut – O Globo
- BRASÍLIA- Se o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rouseff pretendem se reaproximar do vice- presidente Michel Temer, para barrar a aprovação do impeachment, vão procurá-lo em vão. A ordem na cúpula do PMDB é que Temer continue “em lugar incerto e não sabido” e só volte a conversar com Lula e Dilma após o dia 29, quando o PMDB oficializará o rompimento com o governo, arrastando outras siglas da base.
— A chance de haver essa reaproximação com Dilma e Lula é zero. Temer está em lugar incerto e não sabido, quem o procura não está achando. E vai continuar assim até o dia 29 — diz uma fonte do PMDB.
Embora senadores da oposição estejam conversando com os senadores Romero Jucá ( PMDB-RR), Eunício Oliveira (PMDB- CE) e o presidente do Senado, Renan Calheiros ( PMDB- AL), para articular o impeachment, Temer não quer se envolver com o Planalto e o processo no Congresso.
Na cúpula do partido houve irritação com entrevista do senador José Serra ( PSDB- SP) ao “Estado de S. Paulo”, publicada ontem, na qual o tucano diz que o vice deve assumir compromissos com a oposição, se Dilma for afastada do cargo. Para Serra, Temer deve se comprometer a não disputar a reeleição, nem interferir nas eleições municipais deste ano.
— Os senadores estão conversando entre eles, mas Temer tem que ser preservar como um todo. Até para não dar abertura para manifestações como a de Serra. O que aconteceu foi bem chato, não foi bom para ninguém, e ele arrumou confusão até dentro do PSDB — reagiu um peemedebista.
Posição conjunta de ministros
Na tentativa de evitar uma divisão, os ministros do PMDB decidiram aguardar a definição do partido sobre a permanência no governo, dia 29, para tomar uma posição conjunta sobre a entrega de seus cargos. Um consenso não será fácil. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que não foi ao encontro, ontem disse no Twitter que continuará defendendo Dilma.
“Continuarei escrevendo que acredito na honestidade da presidente Dilma. Até que me provem o contrário. Pedalada não é argumento”, escreveu Kátia em sua conta no Twitter.
Além de Kátia, Eduardo Braga (Minas e Energia) e Henrique Eduardo Alves ( Turismo) resistiram à ideia de sair do governo. O PMDB tem ainda mais quatro ministros: Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Helder Barbalho (Portos), e Mauro Lopes (Aviação Civil).
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