• Candidatos do PRB, com 27,7%, e do PSOL, com 18,2%, vão para o 2º turno
Lançado pelo prefeito, Pedro Paulo obtém 16,1% dos votos e fica de fora, numa derrota para Eduardo Paes e o grupo peemedebista, que há dez anos não perdia eleição para a prefeitura da capital e o governo do estado
- O Globo
RIO - Marcelo Crivella e Marcelo Freixo começam hoje a disputar, no Rio, um dos mais polarizados confrontos dos últimos tempos. Os 3,7 milhões de eleitores levaram à segunda fase do pleito representantes de campos ideológicos distintos: um ex-bispo da Universal, com 27,78% de votos, e um candidato do PSOL, partido que incorporou na cidade parte do eleitorado que votava no PT, com 18,26% do eleitorado. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) perdeu a chance de eleger seu sucessor — Pedro Paulo ficou em terceiro lugar, com 16,12% dos votos.
Alvo de todos no primeiro turno, o PMDB foi ontem desdenhado pelos dois candidatos, Freixo e Crivella, que disseram descartar o apoio do partido. A derrota de Pedro Paulo entra na conta de Eduardo Paes, que impôs ao PMDB o nome do afilhado, desconhecido do eleitorado e envolvido em denúncia, já arquivada, de violência doméstica.
Crivella, líder das pesquisas ao longo da campanha, perdeu votos na reta final e saiu das urnas com percentual menor do que o esperado.
Fragmentada ao longo do primeiro turno, a esquerda se uniu na reta final para garantir a vaga de Freixo. Eleitores de Jandira Feghali (PCdoB) migraram para o candidato do PSOL, que ganhou força também na Câmara dos Vereadores — são seis vereadores do partido eleitos, dois a mais do que os da atual bancada. Na Câmara do Rio, onde todos foram candidatos à reeleição, a renovação foi de 35%, menor do que nas últimas eleições
Já na próxima quarta-feira, o horário eleitoral gratuito volta no Rio, com cenário diferente do primeiro turno. Os dois candidatos terão tempos iguais.
A cidade que disse não ao PMDB foi também a que menos interesse teve pelas urnas. O índice de abstenção no Rio foi o maior de todo o país (24,28%) e também o maior em eleições municipais desde 2008.
A eleição, sob a vigilância de tropas federais no Rio, aconteceu sem incidentes. No país, a única exceção ao clima de tranquilidade foi no Maranhão, onde a violência dominou o domingo de eleição
Entre os 92 municípios do país com mais de 200 mil eleitores, haverá segundo turno em 54. a vitória mais emblemática foi do prefeito ACM Neto (DEM), que se elegeu com quase 75% dos votos válidos.
Em São Paulo, a fatura foi liquidada ontem. O crescimento do prefeito Fernando Haddad (PT) na última semana não foi suficiente para mantê-lo na disputa. O tucano João Doria, que se apresenta como um não-político, foi eleito prefeito da capital paulista, com 53,41% dos votos válidos. O resultado cacifa o nome do governador Geraldo Alckmin (PSDB), fiador do nome de Doria, como candidato à Presidência em 2018.
O destino dado a Haddad é um sinal do recado que o eleitorado no Brasil deu ao PT, depois do impeachment de Dilma Rousseff: foram escolhidos 250 prefeitos do partido, que caiu de terceiro para décimo no ranking das legendas com maior número de prefeituras.
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