quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A aliados, Temer fala em 'segunda fase do governo' a partir desta quarta-feira

Presidente espera retomar agenda de reformas se conseguir barra a denúncia feita por Janot

Cristiane Jungblut | O Globo

BRASÍLIA - Em conversas com parlamentares nesta terça-feira, o presidente Michel Temer disse aos aliados que a partir de quarta começa uma "segunda fase do seu mandato". Segundo o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), da tropa de choque do governo, Temer disse que a primeira fase foi marcada por um "banditismo pessoal", o que foi entendido como uma crítica às gravações feitas pelo empresário Joesley Batista. Segundo deputados da bancada ruralista, Temer disse que, passada a votação, será possível retomar a agenda das reformas, citando inclusive a questão da Previdência.

— Ele disse que teve a primeira fase do banditismo pessoal e que agora terá a segunda fase do seu governo. Ele foi muito elegante e recebeu aplausos — contou Perondi.

Temer está mobilizando a base para dar quorum nesta quarta-feira, chamando a Brasília mesmo aqueles que votarão a favor da denúncia ou se absterão sobre o mérito.

— Agora, o fundamental é dar quorum na sessão de amanhã. Não importa como vai votar, mas que venha marcar presença — disse o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP).

Segundo aliados, o desafio é ter os 342 deputados em plenário para iniciar a votação de fato. A ideia é esperar que haja pelo menos 300 deputados em plenário para propor o fim da discussão da denúncia, que pode começar com 52 deputados em plenário. Mas, neste ponto, há divergência entre os os aliados em que ponto se pedirá o encerramento da discussão. Alguns acreditam que tem que ser logo depois de atingir 280 deputados em plenário, para testar o quorum.

No PMDB, a bancada ainda negocia alguns votos, como do ex-ministro Celso Pansera. Outros são dados como irreversíveis, como Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que vai se abster, e Sergio Zveiter (PMDB-RJ), autor do parecer a favor da denúncia e que foi derrotado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Há parlamentares ainda sendo "trabalhados", como o deputado José Fogaça (PMDB-RS).Alguns estão sendo orientados a vir dar presença e depois não votar, se não quiser.

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