Presidente se diz confiante, mas 213 deputados ainda são incógnita, mostra Placar do ‘Estado’ Articulações incluíram agrado a ruralistas Governo quer obter vantagem expressiva na Câmara para mostrar força
- O Estado de S. Paulo
A Câmara poderá analisar hoje a denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer, primeiro presidente da República a ser alvo de acusação formal por crime comum durante o exercício do mandato. Se houver quórum (342 presentes), os deputados votam por aceitar ou rejeitar o prosseguimento da denúncia. Para o STF julgar a acusação da ProcuradoriaGeral da República, é necessário aval da Câmara. Em caso de aceitação da acusação pela Corte, o presidente é afastado por até 180 dias. Temer precisa de pelo menos 172 votos. Articulações incluíram atendimento de reivindicações de ruralistas e distribuição de cargos e verbas. O placar da votação pode indicar o fôlego futuro do governo. A decisão está entre os 213 deputados que não declararam voto, segundo o Placar do Estado.
A Câmara inicia hoje a sessão que vai analisar a denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer, o primeiro presidente da República a ser alvo de acusação formal por um crime comum durante o exercício do mandato. Se houver quórum mínimo (342 presentes), os deputados votam por aceitar ou rejeitar o prosseguimento da denúncia. Para o Supremo Tribunal Federal julgar a acusação da Procuradoria-Geral da República é necessário o aval da Câmara. Em caso de aceitação da denúncia pela Corte, o presidente é afastado por até 180 dias. Temer precisa do apoio de ao menos 172 deputados e intensificou nos últimos dias as articulações que incluem distribuição de cargos e emendas parlamentares.
Embora o Palácio do Planalto esteja confiante e tente mobilizar os aliados para barrar já a denúncia no plenário, o placar da votação pode indicar o fôlego que o governo terá para aprovar no Congresso Nacional as reformas – incluindo a da Previdência – e recusar eventual novo pedido de abertura de ação penal contra o presidente.
A decisão sobre o destino do governo Temer, que o próprio peemedebista classificou como “congressual”, está entre os 213 deputados que não declararam votos, segundo o placar do Estado. Nesse contingente de “indefinidos” estão os que não quiseram responder (156), os indecisos (54) e os que disseram que vão se abster, se ausentar e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM) – ele afirmou que não vai votar. Conforme o placar, 190 deputados já declaram ser a favor da admissibilidade da denúncia e 110 disseram ser contra.
As siglas da oposição decidiram obstruir a sessão, não marcando presença, estratégia que pode ser revista. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o PT vote para acabar com o “lengalenga” do caso Temer, mas um governador petista, Rui Costa, da Bahia, exonerou dois secretários estaduais para que retomem os mandatos de deputado e ajudem a barrar a denúncia. A acusação contra o presidente tem como base a delação da J&F. Para que seja admitida são necessários ao menos 342 votos, ou 2/3 dos deputados.
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