A
promessa de futuro promissor parece distanciar-se na medida em que o atraso se
aproxima da realidade nacional
Uma
geração inteira cresceu ouvindo que “o Brasil é o país do futuro”. Mas qual
perspectiva de futuro pode haver para uma nação que não investe no capital
humano e tampouco preserva com afinco seus recursos naturais?
Está
comprovado que não há avanço longe de investimentos em educação para garantir a
formação dos profissionais do amanhã, assim como não é razoável nutrir
expectativas favoráveis sobre o que está reservado aos pósteros sem preservar
os direitos da natureza.
No discurso de 100 dias de governo, o presidente da maior economia do mundo, Joe Biden, citou a primeira-dama, a professora Jill, ao anunciar investimentos. “Por muito tempo ela disse: qualquer país que nos ultrapasse na educação vai nos ultrapassar também na economia.”
No
Brasil, porém, o tempo passa e a educação não é tratada como prioridade. Ao
menos não de forma continuada, como programa de Estado, algo essencial para a
fundação dos pilares de uma nação mais próspera e menos desigual.
Nos
últimos meses, a pandemia expôs de maneira indisfarçável as falhas e as
disparidades do sistema educacional brasileiro. Divulgado em março, relatório
do Banco Mundial estima que, com o fechamento dos colégios, 70% das
nossas crianças poderão ser incapazes de ler e compreender um texto simples ao
final do ensino fundamental.
Além
disso, a
evasão escolar aumentou em todos os níveis de ensino no país, segundo
pesquisa Datafolha, confirmando previsões feitas por especialistas quando as
aulas presenciais foram suspensas em 2020.
Como
se não bastasse, as universidades federais
passam pelo momento mais crítico em anos por conta do corte
bilionário no orçamento de 2021. Os prejuízos
ao ensino, à pesquisa, à extensão universitária e aos acadêmicos que
recebem assistência estudantil são imensuráveis.
Observando o cenário, a promessa de futuro promissor parece distanciar-se na medida em que o atraso se aproxima da realidade nacional.
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