sexta-feira, 14 de maio de 2021

J-AmLat - Não a uma guerra desnecessária !

A J-AmLat lamenta profundamente a perda de vidas humanas em uma renovada e inaceitável escalada de violência em Israel e Palestina.

A J-AmLat -Judeus Latino-americanos Progressistas pela Paz- se pronuncia, mais uma vez, a favor de uma via política que ponha um fim aos ciclos recorrentes de violência, priorizando uma saída que anteponha a segurança e os direitos humanos dos cidadãos de toda a população de Israel e da Palestina.

Esta não é uma nova guerra. É a continuação e inevitável consequência de um chamado “status quo” inoperante, que não oferece nem paz nem segurança a Israel. É o reflexo de um vazio de poder em Israel e na Palestina, ante o fracasso das diferentes lideranças políticas, preocupadas em se manter no poder a todo custo. E não no bem-estar das populações que dizem representar.  Igualmente está claro que a violência entre israelenses e palestinos se dá num marco assimétrico. É claro que a solução para o conflito entre Israel e Palestina será política e não através da violência.

Condenamos os ataques massivos com mísseis contra civis israelenses por parte do Hamas e a Jihad Islâmica a partir da Faixa de Gaza, que tem tirado vidas humanas. Bombardear centros de população civil é um crime de guerra.

Condenamos a operação militar que Israel move contra a Faixa de Gaza, território densamente povoado sob um bloqueio desumano, que não consegue cumprir seu objetivo de acabar com o regime do Hamas, ao contrário. Os ataques do exército israelense têm ceifado vidas humanas.  Bombardear centros de população civil é um crime de guerra.

Condenamos, uma vez mais, a ocupação dos territórios palestinos por parte de Israel. 54 anos de controle e opressão da população palestina têm ferido moralmente a sociedade israelense.

Condenamos especialmente as atividades de assentamento israelense em Jerusalém Oriental, com população majoritariamente árabe, que assim deve permanecer para a viabilização de um acordo de paz justo e duradouro entre as partes. O deslocamento de populações é crime de guerra.

Exortamos a um completo congelamento das atividades de assentamento israelense na Cisjordânia e Jerusalém e negociações para a definição de futuras fronteiras. Ocupação é crime de guerra.

Condenamos a ultradireita judia israelense, que sob líderes racistas como Bezalel Smotrich, Itamar Ben Gvir e Benzi Gopstein inflamam o espaço político com sua retórica supremacista, antiárabe, expansionista, homofóbica e misógina. Esta minoria extremista, estimulada por Benjamín Netanyahu, é responsável direta por agitar e provocar nas últimas semanas a violência nos bairros árabes de Sheikh Jarrah e outros em Jerusalém Oriental, Portão de Damasco e na Esplanada das Mesquitas, durante a celebração do Ramadan

O respaldo de funcionários israelenses à incitação e o discurso de ódio foram detonadores do atual ciclo de violência, que já transbordou para o interior de Israel e a Cisjordânia.

Condenamos as lideranças israelenses e palestinas que, por ação ou omissão, alimentam sistematicamente a violência e rejeitam o compromisso político, pondo em cheque a vida de milhões de pessoas em Israel e na Palestina.

Exortamos os movimentos e personalidades das sociedades civis em Israel e na Palestina a insistir na busca por uma solução pacífica do conflito, assim como pedimos às organizações e lideranças internacionais para interceder por um cessar-fogo imediato e mediarem a retomada de um processo de paz.

12 de maio de 2021

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