O Estado de S. Paulo
Xandão não é Moro, Gonet não é Aras, a PF não é boba. Logo, áudios de Cid não são a ‘Vaza Jato’
Os áudios do tenente-coronel Mauro Cid
acusando o ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal de usá-lo só para
confirmar uma “sentença já definida” e uma “narrativa pronta” podem ser
comparados a uma “Vaza Jato” dos vários inquéritos contra Jair Bolsonaro, seus
ministros, generais e aliados. A “Vaza Jato” definiu (ou foi o pretexto para) o
fim da Lava Jato. Os bolsonaristas tentam agora usar as gravações de Cid para
anular tudo o que já está amplamente provado sobre, por exemplo, a trama do
golpe de Estado.
O objetivo da Vaza Jato e dos áudios é o mesmo: disseminar que os processos foram viciados, impregnados de interesses políticos. A Vaza Jato revelou mensagens entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato e deu certo. Com os áudios de Cid, dará? Xandão não é Sérgio Moro, no currículo, na personalidade, nem no trânsito político. E Paulo Gonet não é um Augusto Aras na PGR.
Cid, que desmaiou ao depor e ser preso
novamente na sexta-feira, não entregou o nome do seu interlocutor nos áudios,
mas negou que tenha sido pressionado pela polícia e desdisse tudo o que dissera
neles. E, afinal, Cid participou de um conluio pró-Bolsonaro e contra as
investigações ou, ao contrário, caiu numa armadilha bolsonarista e não sabia
que estava sendo gravado? A tese mais forte é de armadilha, pois ele é o único
a perder. Voltou a ser preso, perderá os benefícios da delação, pode pegar
dezenas de anos de prisão e arrasta sua mulher e o próprio pai, general Mauro
César Cid, para o buraco.
Os investigadores trabalham com a hipótese de
Bolsonaro ter articulado um contraataque, que começa com os áudios de Mauro Cid
e teria um segundo grande momento com o “novo” depoimento do almirante Almir
Garnier, o único dos três comandantes militares a compactuar com o golpe e a
ser investigado. Ele desmentiria as versões do general Freire Gomes e do
brigadeiro Baptista Jr. Assim, Cid e Garnier confundiriam tudo, jogariam a
sociedade contra a PF e o STF e virariam o jogo, como no pósLava Jato. Moraes
viraria vilão e Bolsonaro, a vítima. A PF, porém, não é boba, não aceita “novo”
depoimento de Garnier, que calou no primeiro.
Bolsonaro e os investigados tentarão anular a
delação, mas a PF e Moraes têm montes de provas concretas em todos os
inquéritos, inclusive no próprio celular do coronel, e até acham que ele
escondeu muitas verdades. Conclusão: Cid está no fundo do poço, descartado
pelos dois lados. E, afinal, quem é seu algoz, que fez dele gato e sapato em
todos esses crimes? O cara do “Pix de milhões”.
4 comentários:
■Os áudios de Cid são a Vaza Jato do PT.
=》Mas o que eu acho que seria importante mesmo para o Brasil seria a reversão destas narrativas delinquentes e
os 22222doisssss 2222222 na CADEIA :: o lugar de bandidos.
■É bem sacada quem bate bumbo com os áudios de Cid e com o artifício da Vaza Jato para proteger criminosos.
Lula e Bolsonaro na cadeia:: e na cadeia comum, e não em um aposento com Internet, televisão, aparelho de ginástica...
CORRIGINDO:
■É bem sacana quem bate bumbo com o áudio de Cid e com o artifício da Vaza Jato para proteger criminosos.
Bolsonaro é o famoso chave de cadeia,as pessoas que aproximaram dele...
Postar um comentário