- Folha de S. Paulo
"O Brasil de muitas colunas políticas e o do dia a dia do povo é outra coisa."
A frase, do ministro Gilberto Carvalho para blogueiros (Lula faz escola...), veio na hora errada. Tanto o Brasil de muitas colunas políticas quanto o do dia a dia do povo está vivendo de manifestação em manifestação e de greve em greve, com saques daqui, assaltos e linchamentos dali. É mentira, Terta?
O ministro deveria perguntar ao seu João e à dona Maria que enfrentam o caos com a paralisação de ônibus e os congestionamentos em São Paulo e já conviveram com o caos das greves de rodoviários no Rio, assistiram aos saques em Pernambuco e ao pico de assassinatos na Bahia com as polícias de braços cruzados.
Segundo Carvalho aos blogueiros, diante de uma plateia de jornalistas (que cena!), a grande imprensa estaria gerando "mau humor" e "envenenando" a população contra a Copa.
Ninguém sabe ao certo o que veio primeiro, o ovo ou a galinha, mas todo mundo sabe que as manifestações contra a Copa, usando o aumento de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus, surpreenderam o país inteiro em junho de 2013 --inclusive os jornalistas.
Logo, a imprensa não está criando o clima contra a Copa, está apenas reportando os protestos e as manifestações contra tudo e todos, até a Copa. Pelo que se sabe, esse é um dos papéis da imprensa. Por mais que os poderosos gostassem de manter tudo debaixo dos panos.
Carvalho, porém, tem razão pelo menos num ponto do seu papo amigo com blogueiros: quando ele disse que as greves-surpresa dos motoristas e cobradores de ônibus são uma "irresponsabilidade" e que haverá uma "grande reprovação popular" aos que tentam tirar proveito da Copa para obter benefício.
Só tem um probleminha: eles, os que tentam tirar proveito, são milhares, talvez milhões, espalhados por toda parte. O país vai se dividir entre os que fazem e os que reprovam?
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