• A representação contra a propaganda petista foi apresentada pelo PSDB
Eduardo Barretto e Cristiane Jungblut - O Globo
BRASÍLIA - A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Laurita Vaz determinou nesta quarta-feira que a propaganda nacional do PT que fala em "fantasmas do passado" e que "não podemos voltar atrás", veiculada na rádio e na televisão, seja suspendida imediatamente. A inserção, que foi ao ar em 13 de maio, teria se destinado a fazer "propaganda negativa dos opositores do governo". A representação contra a propaganda petista foi apresentada pelo PSDB.
Para a ministra, a propaganda sinaliza, "ainda que de forma dissimulada, para a continuidade do atual governo, com associação de imagens e ideias negativas ao passado, a incutir no espectador que isso ocorreria caso se desse ouvidos a falsas promessas". Laurita Vaz já havia determinado suspensão de outra propaganda petista, veiculada no dia 6 de maio, uma semana antes da inserção dos "fantasmas do passado", e afirmou que o ato fere as normas previstas na Lei dos Partidos Políticos.
O vídeo, assinado pelo marqueteiro João Santana, que além de campanhas petistas também fez campanha para Nicolás Maduro na Venezuela, mostra pessoas com boas condições financeiras confrontadas com elas mesmas em roupas maltrapilhas e em dificuldades. A inserção é finalizada com a frase: "Não podemos voltar atrás". No filmete, famílias no campo, nas cidades, um trabalhador e também uma criança, que chora, ficam chocados ao olhar para o que seria o passado.
Segundo a ministra, foi feita uma associação de imagens negativas. A "miséria, o desemprego e a penúria" foram relacionados a um passado político antecedente ao do governo do PT. A decisão da ministra do TSE é válida até que haja um novo pronunciamento da Corte Eleitoral sobre o caso.
O vice-presidente do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), disse que a decisão deve ser comemorada.
- A decisão é pedagógica. Dá um limite para o PT e ainda servirá como limite para os partidos na (elaboração) da propaganda. Diria que é uma decisão que tem que ser comemorada - disse Bruno Araújo.
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