quinta-feira, 22 de maio de 2014

“Terrorismo social”

- Instituto Teotônio Vilela

As recentes investidas eleitorais do PT e de seus aliados deixam clara qual será a principal arma usada por eles na disputa deste ano: o terror. Além da tentativa de disseminar o medo, mistificações e mentiras compõem o cardápio da estratégia desonesta. É este o terreno onde os petistas se sentem mais à vontade para jogar.

Episódio eloquente do vale-tudo a que petistas e aliados já estão se lançando aconteceu no início do mês em Barra do Corda, no Maranhão. Teve como protagonista o senador Edison Lobão Filho, que, o nome já revela, é filho do ministro de Minas e Energia do governo Dilma Rousseff. Deve agir, portanto, com carta branca oficial.

Diz ele – ou melhor, mente ele: “Estou preocupado porque o candidato a presidente da República Aécio Neves declarou, anteontem, que ele é contra o Bolsa Família. (…) Aécio Neves, que já disse, em todos os jornais, em todas as emissoras de jornal e de televisão, que é contra o Bolsa Família, e que é contra o aumento que a presidenta Dilma havia dado do Bolsa Família”. Enganada, a plateia reage com apupos, conforme se vê no vídeo.

Vale, a princípio, situar o protagonista. Lobão Filho tornou-se senador da República depois que seu pai se licenciou para integrar o ministério de Dilma. Como suplente, não recebeu um voto sequer para representar o povo maranhense no Senado.

Agora, busca eleger-se governador de seu estado com o apoio da família Sarney, que reina lá há mais de 50 anos – período no qual o Maranhão passou a ocupar sistematicamente as piores posições nos rankings sociais do país. Lobão Filho é apoiado pelo PT e enfrentará uma frente de partidos encabeçada pelo PC do B e integrada pelo PSDB. Estas são, portanto, suas credenciais.

O oligarca Lobão Filho segue ao pé da letra a cartilha petista: explora a ignorância das pessoas, manipula sentimentos, dissemina medo e propaga mentiras. Armas que buscam funcionar como cabresto imposto a eleitores. Nada, nada mesmo, diferente do que vêm fazendo militantes e também autoridades do governo na guerra para tentar se manter no poder.

Pelo seu alcance social, o Bolsa Família é uma das armas preferidas dos petistas e de seus aliados espúrios. Alcança cerca de 14 milhões de famílias – ou em torno de 50 milhões de pessoas – que o petismo quer ver tratadas como meras massas de manobra eleitorais. São os alvos prediletos de sua estratégia de terror.

O Bolsa Família é um direito dos brasileiros e não uma dádiva concedida por seres iluminados. O programa nada mais é do que iniciativa criada no governo Fernando Henrique Cardoso, o Bolsa Escola, que ganhou novo nome na gestão Lula. Não é, portanto, propriedade do PT. Menos ainda deveria servir de instrumento de manipulação.

Justamente para impedir o mau uso do programa, tramita no Congresso projeto de lei que torna os benefícios previstos no Bolsa Família – hoje tratados por mera lei ordinária – direitos resguardados pela Constituição. Assim tratado, o programa torna-se conquista assegurada dos brasileiros que dele dependem. É tudo o que o PT menos quer.

A proposta, de autoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG), enfrenta a resistência de senadores petistas. A presidente Dilma também se recusa a orientar sua base de apoio a apoiar a iniciativa tucana. O mesmo acontece em relação a outro projeto de lei do senador que garante o pagamento do benefício por período de, pelo menos, mais seis meses a quem conseguir empregar-se. À proposta, o PT deu parecer contrário.

O PSDB não apenas apoia o Bolsa Família – até porque o criou. Defende também que o programa pague benefícios compatíveis com os critérios monetários adotados pela ONU como necessários para superar a pobreza extrema. Hoje, este patamar resultaria em benefícios mínimos de R$ 83 e não nos R$ 77 que Dilma anunciou com alarde em fim de abril. O governo, infelizmente, também não concorda com isso.

O que o senador Lobão Filho entoou no interior do Maranhão é o mesmo mantra que o PT impele seus seguidores a propagar Brasil afora. Pessoas simples, gente humilde são suas principais vítimas. Pouco parece importar: para o petismo, o povo brasileiro, em especial o mais carente, só serve mesmo é para dar voto. Ao PT, e sua sanha pelo poder a qualquer custo, o que interessa mesmo é a miséria eterna.

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