• Advogado do ex-diretor da Petrobras pretendia convocar presidente para depor em processo sobre compra de navios
• Cerveró já havia dito à PF que a aquisição não passou pelo conselho da estatal, presidido à época pela petista
Aguirre Talento, Gabriel Mascarenhas, Rubens Valente – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - A defesa do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró pediu a inclusão da presidente Dilma Rousseff como sua testemunha de defesa, mas desistiu quase três horas depois.
As duas petições foram protocoladas nesta segunda-feira (26) na ação penal que tramita na Justiça Federal, na qual Cerveró foi acusado pelo Ministério Público Federal de receber cerca de US$ 40 milhões em propina para fechar contratos de aquisição pela Petrobras de navios-sonda.
O ex-diretor está preso no Paraná em decorrência das investigações da Lava Jato.
No lugar de Dilma, a defesa de Cerveró colocou uma testemunha que mora no Japão, Ishiro Inagaki, que segundo o advogado era um diretor de uma das empresas estrangeiras que forneceram os equipamentos à Petrobras.
À Folha o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, disse que foi alertado ontem pelo ex-diretor de que a decisão sobre os navios não passou pelo Conselho de Administração da estatal, presidido por Dilma, ministra na época.
"Foi só isso que aconteceu, não houve nada além disso. [...] Ela [Dilma] não tem nenhuma contribuição a dar, nem ela e nem o conselho."
Na petição em que pediu a troca, o advogado disse que "a decisão sobre a aquisição das sondas foi privativa da diretoria da Petrobras, não passando pelo conselho".
A citação a Dilma foi feita na defesa prévia de Cerveró, protocolada às 13h45 na Justiça. Às 16h27, foi protocolada a petição com a troca.
No último dia 15, em depoimento à Polícia Federal, Cerveró já havia declarado que as duas aquisições não passaram pelo conselho, tendo sido aprovadas pela diretoria executiva --o presidente da Petrobras e seis diretores.
Por isso o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli foi incluído como testemunha de defesa de Cerveró.
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