Folha de S. Paulo
É impossível ter qualquer segurança sobre o
que sairá das urnas daqui a duas semanas
Jair Bolsonaro instalou o modo
arruaça na disputa eleitoral. Tem a arruaça pura e simples,
como aconteceu na basílica de
Nossa Senhora Aparecida. Desordeiros abastecidos de fanatismo
alastraram ódio num lugar destinado à paz e ao conforto espiritual.
Na arruaça cognitiva, ninguém supera Damares Alves e
suas delirantes depravações mentais. O padrão de lentidão das autoridades não é
páreo para a velocidade supersônica do aparato de propagação de mentiras da
extrema direita. Nem o boné de Lula escapou da arruaça digital.
Não podiam faltar os arruaceiros engravatados. A tropa de choque no Congresso, nutrida pelo orçamento secreto, quer criminalizar os institutos de pesquisa. A Polícia Federal e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) abriram outras frentes de pressão, estas, felizmente, contidas a tempo pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
Os arruaceiros do bolsonarismo não são
simples baderneiros. São criminosos que agem de forma coordenada para tumultuar
o segundo turno da eleição. Contam também com outras modalidades de crime, como
a ameaça aos empregos de trabalhadores e a compra de votos por fazendeiros e
empresários, que nos catapulta de volta à República Velha e ao voto de
cabresto.
Bolsonaro age com a técnica dos
prestidigitadores. Distrai a audiência (o eleitor) com a guerra santa e o
submundo digital, enquanto a campanha coleciona ilegalidades e exemplos de
abuso de poder político e econômico. Uma ação toda construída na lógica do
crime consegue escapar não só dos mecanismos normais de fiscalização como
também do monitoramento das pesquisas. Simplesmente porque nada é normal numa
campanha regida pelo crime.
Neste cenário eleitoral completamente
deformado, é impossível ter qualquer segurança sobre o que sairá das urnas,
daqui a duas semanas. A única certeza é que, no vale-tudo da campanha
extremista, Bolsonaro ainda não esgotou seu repertório de crimes contra a
democracia.
4 comentários:
"Os arruaceiros do bolsonarismo não são simples baderneiros. São criminosos que agem de forma coordenada para tumultuar o segundo turno da eleição"
Verdade. São criminosos. O Brasil piorou em TUDO com o genocida.
O país regrediu.
"que nos catapulta de volta à República Velha e ao voto de cabresto"
Voto de cabresto! A q ponto chegamos.
E o palerma da República, sempre mentiroso, ainda queria o voto impresso - com a quadrilha q tomou de assalto o Palácio do Planalto, imaginem as filas nas fazendas e empresas pra apresentar a impressãoe comprovar o voto no miNto.
Ô gente criminosa!
Bolsonaro, o capitão das badernas!
Deus e Jesus no comando.
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