Chico de Gois e Regina Alvarez
DEU EM O GLOBO
Após se reunir com Lula, governador diz que projeto do governo "deixa Frankenstein no chinelo"
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Após se reunir com Lula, governador diz que projeto do governo "deixa Frankenstein no chinelo"
BRASÍLIA. No mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, retomaram o debate sobre a reforma tributária, em reuniões com líderes governistas, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse que a proposta que tramita na Câmara é "um horror" e "deixa Frankenstein no chinelo". Ao saber que o governo pretende votar ainda este ano a proposta, Serra foi enfático.
- Espero que não, porque o projeto que tem lá é um horror. É uma das coisas mais horrorosas que já vi na minha vida parlamentar, na minha vida pública. Deixa o Frankenstein no chinelo. É o Frankenstein do Frankenstein - disse o tucano, após audiência com Lula no CCBB, para tratar das obras do Rodoanel da capital paulista.
Segundo Serra, o projeto piora tudo o que sistema tributário tem de pior. O governo federal, porém, pretende retomar as negociações na próxima semana, em reuniões com a oposição e governadores.
- O governo quer fazer a reforma tributária, mas de forma consensual com o Congresso e com a maioria dos governadores e prefeitos - disse Mantega.
A oposição tem restrições ao relatório aprovado na comissão especial, que reflete a proposta da equipe econômica. Os partidos acusam o governo de não fornecer a base de dados usada nas projeções. Assim, não sabem se a reforma reduz a carga tributária e desonera a cesta básica, como promete o governo.
Paralisado no Congresso, o projeto de reforma tributária ganhou destaque na agenda do presidente, que se reuniu com os líderes do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), além do ministro das Relações Institucionais, José Múcio.
- Eu vou passar para a história deste país como o presidente que menos falou de política tributária nas campanhas e o presidente que mandou duas políticas tributárias para o Congresso: uma em abril de 2003 e outra no ano passado. Está lá para o Congresso votar - disse Lula, em entrevista à Reuters.
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