Foram R$ 13,2 bi a mais em gastos em relação a 2010. Já os investimentos tiveram queda de R$ 300 mi
Encerrado o primeiro trimestre do mandato de Dilma Rousseff, o retrato das contas públicas contraria seu discurso na campanha. Gastos com investimentos caíram. As despesas com salários, custeio da máquina pública e da rotina do governo subiram. Com pessoal e custeio, o governo gastou R$ 10 bilhões a mais no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2010. Incluindo gastos com juros, a soma chega a R$ 13,2 bilhões. Já em investimentos, a redução foi de pouco mais de R$ 300 milhões. Os dados foram lançados no Sistema Integrado de Administração Financeira e pesquisados pela ONG Contas Abertas. O governo, entretanto, discorda: "Nós estamos cortando o custeio administrativo, não estamos cortando os investimentos", disse Dilma em março, na Bahia, em inauguração de obra do PAC.
Apenas 0,1% do PAC foi pago no primeiro trimestre
Dos R$ 40,1 bilhões de gastos autorizados por lei para este ano, apenas R$ 54,4 milhões foi pago no primeiro trimestre
Marta Salomon
Pressionados por uma conta bilionária herdada do ano eleitoral, os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não foram poupados pelo ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff.
Dos R$ 40,1 bilhões de gastos autorizados por lei para este ano, apenas 0,1% (R$ 54,4 milhões) foi pago no primeiro trimestre.
No mesmo período, foram pagos R$ 5,4 bilhões de contas pendentes deixadas por obras e serviços contratados durante o governo Lula, parte deles ainda quando Dilma Rousseff comandava o PAC, na condição de ministra-chefe da Casa Civil.
Levantamento. A liderança do PSDB, oposição ao governo, fez um levantamento do ritmo de execução das obras do PAC desde o início do programa, em 2007. Considerou os pagamentos feitos no ano e as contas pendentes deixadas naquele mesmo período para avaliar o desempenho do programa em cada ano.
Em 2009, ano da série em que o ritmo do PAC teria sido mais acelerado, segundo os critérios usados pelo levantamento, os gastos atingiram 75,5% do valor autorizado pela lei orçamentária. Isso significa que o PAC, cujos projetos levam o carimbo de prioridade no governo, nunca tirou do papel todos os gastos autorizados por lei.
O ano eleitoral de 2010 poderá ultrapassar o desempenho obtido em 2009 assim que o governo acabar de quitar as obras e serviços contratados no ano passado.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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