quinta-feira, 14 de abril de 2011

PSD nasce com a bênção dos governistas

Novo partido criado por Kassab já reúne 32 deputados federais e pode chegar a 40; DEM sofreu 11 baixas

Maria Lima

BRASÍLIA. Com as bênçãos dos governistas, o lançamento ontem da ata de fundação do Partido Social Democrático (PSD), sob o comando do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi um golpe na oposição. Na festa, num auditório da Câmara com a participação do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), os principais líderes do novo partido discursaram em defesa do apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff. Na ata, 32 deputados federais registraram a migração para o PSD. A expectativa é que o número chegue a 40. Também aderiram dois senadores, um governador, cinco vice-governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores que deixaram vários partidos.

Os partidos com mais baixas foram o DEM, que perdeu 11 nomes; o PP, 6; o PPS, 3; e o PMN, 3. O PMDB perdeu um. Apesar de terem assinado a ata, os parlamentares ainda não se desfiliaram dos partidos. A regra da fidelidade partidária garante a migração, sem perda do mandato, quando ela é para um novo partido ou quando há fusão.

O líder do DEM, deputado ACM Neto (BA), disse que os parlamentares poderão sofrer processo de expulsão antes da oficialização do PSD, como já está acontecendo com Kassab. No lançamento, Kassab disse que o PSD "nasce" independente, mas garantiu liberdade a todos os filiados, sem patrulhamento, para o apoio ao governo Dilma:

- Manifestei simpatia ao governo Dilma, assim como pelo governo Lula. Quem apoiava a presidente Dilma vai continuar apoiando. Os que não apoiaram vão ter liberdade para votar projetos do interesse do Brasil.

- Fazer oposição não significa para mim uma empresa de demolição. Não aceito mais patrulha. Vamos ajudar o governo em tudo que for para ajudar o Brasil - disse a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura, até ano passado oposição.

Com as defecções, o DEM saiu da posição de 5ª maior bancada na Câmara para a 7ª, empatado com o PSD. Kassab nega que o PSD esteja sendo criado e instrumentalizado pelo governo para esvaziar a oposição:

- Quero que o DEM seja feliz, mas já teve o seu papel. O partido enfrenta grandes problemas e espero que possa se reencontrar - disse Kassab.

Os líderes do DEM não pretendem facilitar a vida de Kassab e seus seguidores.

- Estamos fazendo controle da bancada, na nossa contagem são nove e não 11 (os que saíram). Abrimos processo de expulsão de Kassab. Quem der motivo vamos fazer o mesmo - disse ACM Neto.

O DEM lançou um "promessômetro" para acompanhar o cumprimento de promessas da presidente Dilma Rousseff.

FONTE: O GLOBO

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