quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Em Porto Alegre, os candidatos das "pessoas"

Paulo Germano

José Fortunati (PDT) se apresentou como Zé, Adão Villaverde (PT) como Villa, Manuela DÁvila (PC do B) como Manu e Wambert Di Lorenzo (PSDB)... continuou Wambert mesmo. Ainda assim, no primeiro programa eleitoral, os candidatos à prefeitura de Porto Alegre convergiram ontem para estratégias semelhantes.

Nenhuma proposta concreta brotou do programa do início da tarde – a apresentação dos projetos deve ganhar força amanhã. O foco de todos foi se apresentar ao eleitor, valorizando suas trajetórias pessoais e políticas, o que incluía depoimentos de familiares e dos principais cabos eleitorais. Quando os candidatos falaram, acabaram desaguando em um discurso quase igual.

– Assim como nós cuidamos da cidade, nós temos de cuidar das pessoas – afirmou Villaverde.

– As pessoas devem estar em primeiro lugar – garantiu Wambert.

– A grande obra mesmo é cuidar bem das pessoas – disse a comunista.

E o atual prefeito "quer lutar pelas pessoas simples", segundo o apresentador do programa.

Curioso foi ver o governador Tarso Genro pedindo voto para Villaverde, enquanto seu vice, Beto Grill (PSB), pedia para Manuela. À noite, três programas mudaram. Fortunati pediu para continuar os projetos que vem tocando, como as obras da Copa e o tratamento de esgoto, enquanto Villaverde, menos conhecido do grande público, buscou colar sua imagem às de Tarso e Olívio Dutra. Manuela foi mais longe: garantiu que, com ela, Porto Alegre será a Capital da educação e da justiça social.

Candidatos que não têm representação na Assembleia e na bancada federal gaúcha, Érico Corrêa (PSTU), Jocelin Azambuja (PSL) e Roberto Robaina (PSOL) nem foram tão diferentes: apresentaram suas trajetórias, mas em programas bem mais curtos. Érico disse que os outros representam a mesma política, "governando para os patrões".

Ainda o português morto

Vergonha. Hipertenso, Wambert Di Lorenzo, candidato do PSDB, chegou a passar mal, sua pressão subiu.

– Fiquei arrasado, constrangido, envergonhado, perplexo, atônito – disse ele, ontem, sobre os erros de português, entre eles "concurço", "ensentivo", "disperdiço" e "pulitica", que apareceram no programa dos candidatos a vereador de sua coligação, na terça-feira.

Wambert disse desconfiar de sabotagem.

Investigação. Mesmo após três reuniões com a produtora contratada, Wambert e o PSDB investigam o funcionário que colocou as legendas.

O candidato ponderou que "ninguém quer ser leviano, mas os erros foram tão grosseiros que pareceu uma coisa deliberada."

Proprietário da HD Produtora, Heron Domingues se desculpou: disse que os vídeos atrasaram, os empregados viraram noites, e que as legendas só entraram "no último minuto do segundo tempo".

FONTE: ZERO HORA (RS)

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