Pedro Venceslau - Agência Estado
O fato de ser filiado a um partido de bandeira "socialista" e de até pouco tempo ter integrado a base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) não se mostrou obstáculo tão grande para a aproximação do ex-governador e pré-candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) com os empresários quanto sua aliança com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, sua pré-candidata a vice.
Essa é a percepção de parte dos 320 empresários que participou do 13º Fórum de Comandatuba, na Bahia. O encontro reuniu nomes com Abílio Diniz, da BR Foods, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, e André Esteves, do BTG Pactual, e serviu como palanque da oposição.
Diante da ausência inédita de ministros de Dilma, Eduardo Campos e o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, encontraram campo livre para cortejar o PIB. Depois de um debate de cinco horas em que a dupla respondeu lado a lado, pela primeira vez, perguntas do público e de jornalistas, o tucano saiu ovacionado pela plateia. Já o ex-governador de Pernambuco, que esteve o tempo todo acompanhado de Marina, teve uma recepção bem menos calorosa.
"Aécio foi mais assertivo nas propostas. A sensação do empresariado é de que ele está mais livre para desenvolver suas plataformas de governo. Campos está um pouco inibido", disse o empresário João Doria, presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), entidade que organiza o fórum. "Com Marina, ele toma muito cuidado no trato de certo temas para não feri-la ou contrariá-la."
Aécio tem adotado um discurso mais ortodoxo na economia e defendido o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo, algo que não havia sido feito ainda pelos candidatos do PSDB desde que o partido deixou o comando do País, em 2002.
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