- Correio Braziliense
Um partido dividido
O PSB só tomará qualquer decisão em relação ao futuro depois do funeral de Eduardo Campos e do dos demais passageiros e tripulantes do avião que caiu em Santos. Mas integrantes do partido que conseguem enxergar alguma coisa além das lágrimas e dos olhos inchados pela dor da perda citam que, independentemente dos desdobramentos, vislumbram um rio largo sujeito a pequenos braços fora do leito principal. O leito principal, que toma conta das declarações de integrantes do partido, é a candidatura de Marina Silva à Presidência da República. Como bifurcações, podemos considerar uma ala mais próxima dos tucanos, pró-Aécio Neves; e outra que reúne históricos dispostos à reaproximação com o PT.
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Caberá a Marina Silva tentar evitar esse esfacelamento. Sua liderança política nunca foi tão testada como agora. E ela tem ao seu lado o discurso do próprio Eduardo, que passou os últimos dias de vida criticando o atual modelo do governo Dilma. Diante disso, por mais que os petistas prestem homenagens a Eduardo, a Pedrinho Valadares e os familiares de todas as vítimas, não há força capaz de garantir um retorno ao leito petista.
Quem manda
O presidente Nacional do PSB, Roberto Amaral, que procura se manter forte diante de toda essa tragédia, chegou ao limite. A nota divulgada ontem por ele foi justamente para tentar estancar qualquer movimento precipitado no rumo eleitoral dos socialistas. A Rede Sustentabilidade foi na mesma direção. A hora é de luto. Não de luta.
Apostas políticas
Quem entende do traçado acredita que as próximas pesquisas apontarão a ex-senadora Marina Silva encostada em Aécio Neves (PSDB) nas pesquisas de intenção de voto. Uma das primeiras a sair do forno será a do Datafolha, registrada na noite de quarta-feira. Como o partido tem dez dias para escolher seu candidato, o instituto decidiu se antecipar ao PSB.
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"Das frases de Eduardo (Campos), fico com a aquela em que ele afirma que este país será diferente no dia em que o pobre estudar no mesmo colégio dos ricos"
Do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que chegou a ser cogitado como candidato a vice na chapa
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Consultar para planejar
O senador Cristovam Buarque enviou uma carta a todos os que saíram do PT para que eles listassem os motivos e vislumbrassem o futuro. Um dos poucos que se disse indisposto a ingressar em qualquer novo movimento político foi Wladimir Palmeira, ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro. Sinal de quem vê algo novo por aí, fora da polarização PT-PSDB. E não será para esta eleição.
Projetos no ar.../ O ex-diretor-geral da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) Marcelo Dourado (foto) planejava selar com o candidato do PSB o compromisso de retomada do projeto de ferrovias com a construção de uma fábrica de trilhos no Brasil. "Somos o maior produtor de minério de ferro do mundo e desde a década de 1930 não produzimos mais trilhos. A pedrinha de minério de ferro que eu pretendia dar de presente a ele agora ficou sem dono", diz Marcelo.
...Mas nem tanto/ Num programa de tevê, o mesmo Marcelo Dourado, um dos nomes do PSB de Brasília, citou ontem Marina Silva como a candidata natural.
Marconi na lida/ Depois de cancelar sua agenda no Entorno do Distrito Federal na tarde de quarta-feira por conta da trágica morte de Eduardo Campos, o governador-candidato de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), passou por Brasília, para visitar correligionários. A todos com que conversou, apostou na vitória de Vilmar Rocha para o Senado contra o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Mulher de fibra/ Aqueles que estiveram com Renata Campos ontem saíram impressionados com a força da ex-primeira-dama de Pernambuco nesse momento tão difícil.
Homenagens/ Em Brasília, está marcada para terça-feira uma missa de 7º Dia pela morte de Eduardo Campos, Pedro Valadares, Carlos Percol, Marcelo Lyra, Alexandre Severo e os pilotos Marcos Martins e Geraldo Cunha, na Catedral, às 12h15.
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