sábado, 18 de junho de 2016

Delator acusa Aldo Rebelo de corrupção

Em delação, o ex-deputado Pedro Corrêa detalhou a corrupção no Minha Casa Minha Vida e disse que o ex-ministro Aldo Rebelo (PCdoB), que nomeou um diretor, recebeu uma parte da propina.

Aldo Rebelo recebeu propina, diz Pedro Corrêa

  • Ex-deputado narra esquema de desvios no Minha Casa Minha Vida

- O Globo

-BRASÍLIA- O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) acusou o ex-diretor de Produção Habitacional do Ministério das Cidades Daniel Vital Nolasco, militante do PCdoB, de envolvimento num esquema de desvio de dinheiro destinado a projetos do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Corrêa disse ainda que Nolasco foi indicado para o cargo no Ministério das Cidades pelo ex-ministro Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Disse também que um terço da propina destinada ao partido era entregue ao ex-ministro, segundo informou o “Jornal Nacional”, da Rede Globo, na noite de ontem.

A delação de Corrêa, que tem 72 anexos sobre casos de corrupção, depende de homologação do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado também apontou o envolvimento de pessoas ligadas ao PP e ao PT em desvios de dinheiro do Minha Casa Minha Vida. Um dos casos citados pelo ex-deputado diz respeito a um projeto executado pela RCA Assessoria, empresa de Daniel Nolasco e de um exassessor dele no Ministério das Cidades, Fernando Borges.


Segundo Corrêa, a RCA cobrava taxas de 10% a 30% para intermediar a construção de casas populares. A empresa atuaria em múltiplas frentes. Prestava consultoria para prefeituras, representava pequenos bancos em cidades pequenas e, em alguns casos, participava diretamente das construções. O esquema teria o suporte extra de Nolasco, numa área estratégica do Ministério das Cidades. O suposto envolvimento da RCA e de militantes do PCdoB nas fraudes foi revelado pelo GLOBO em 13 de abril de 2013.

A RCA teria atuado em projetos de construção de pelo menos 113 mil casas. Corrêa disse que, se as taxas cobradas pela empresa não fossem pagas, os projetos de construção das casas não saíam do papel. Correia sustenta que as propinas obtidas nos negócios eram distribuídas entre PCdoB, PT e PP.

Em nota, Aldo disse que as afirmações de Corrêa são “falsas, caluniosas e receberão como resposta um processo contra suas falsidades, pelas quais responderá perante a Justiça. Não indiquei integrantes para o Ministério das Cidades, não tive qualquer responsabilidade na atuação de eventuais indicações para aquele ministério”.

Um das supostas fraudes foi descoberta pelo GLOBO a partir da análise do site da RCA. Foi possível identificar o direcionamento de licitações destinadas à contratação de empresas que iriam construir casas populares financiadas com recursos federais. Para contratar uma construtora responsável pela execução de obras no Espírito Santo, lançou edital de convocação em dezembro de 2012. O site convocou os interessados e dias depois divulgou os vencedores. Duas foram selecionadas. Uma é a JB Lar, que tinha o mesmo endereço da RCA.

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